sexta-feira, 26 de junho de 2009

Anjo da Guarda


Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a Ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, guarda, Governa e ilumina, amém.

Ato de Fé
Senhor meu Jesus Cristo, creio firmemente que estais real e verdadeiramente presente no Santíssimo Sacramento com vosso Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

Ato de Petição


Ó Meu Jesus, dai-me, eu Vo-lo peço, todas as graças espirituais e temporais que conheceis serem necessárias à minha alma; encomendo-Vos também as necessidades dos meus superiores, parentes, amigos, benfeitores, e as das santas almas do Purgatório.

sábado, 13 de junho de 2009

O Santo Padre

O Romano Pontífice, como sucessor de Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade quer dos Bispos quer da multidão dos fiéis.
LUMEN GENTIUM, 23

Papa (do latim papa ou pappa, "papá" ou "papai", "tutor", derivado por sua vez do grego πάππας, páppas, forma afetuosa de "pai") é o título dado ao chefe supremo da Igreja Católica, Bispo de Roma, e também chefe do Estado do Vaticano e Patriarca da Igreja Latina ou Ocidental. O Papa é o Sucessor de São Pedro, considerado o Vigário de Cristo e perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja.[1] Quando referido como cargo eclesiástico, surge como Sumo Pontífice, a autoridade suprema. O atual Papa, Bento XVI, foi eleito em 19 de abril de 2005.

Os papas auxiliaram na propagação do cristianismo e a resolver diversas disputas doutrinárias. [2] O Papa é auxiliado pela Cúria Romana, no governo da Igreja Católica. A presença tradicional do Papa em Roma não obriga a que o Papa resida na cidade. Tal aconteceu quando, entre 1309 e 1378, a residência papal se estabeleceu em Avinhão (Avignon, sul de França).

A primeira menção conhecida do título de Papa data do século III, em uma epígrafe nas catacumbas de São Calisto em Roma, na qual um certo diácono Severo, tendo escavado um cubículo duplo para si e sua família, pois havia morrido sua filha de dez anos, diz ter sido autorizado por "papae sui Marcellini", isto é, o Papa Marcelino (296-304).

O Papa formalmente tem os títulos de Bispo de Roma, Vigário de Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Supremo Pontífice, Primaz de Itália, Arcebispo e Metropolita da Província Romana, Soberano do Estado do Vaticano e Servo dos Servos de Deus. O Papa Bento XVI renunciou ao título de "Patriarca do Ocidente" da lista dos apelativos papais do anuário pontifício de 2006. O pronome de tratamento próprio do Papa é "Sua Santidade"

A eleição de um Papa é feita através de votação (secreta desde 1274) dos cardeais com menos de 80 anos e reunidos num conclave. Em teoria, qualquer homem batizado pode ser eleito para Papa, embora nos últimos 800 anos somente tenham sido eleitos Cardeais. O cargo é vitalício e, até agora, apenas o Papa Celestino V dele resignou, retornando à vida monástica.

Passagens bíblicas que fundamentam o Papado

Mt 16, 18-19: "E eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra, será desligado nos céus". Essa é a passagem mais fundamental para o papado, pois Jesus Cristo concede claramente o Primado ao Apóstolo Pedro, depois Bispo de Roma, e seus sucessores, como edificador e líder terreno de toda a Igreja.[3][4]

Isaías 22: 20-23. "Naquele dia chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias. Revesti-lo-ei com a tua túnica, cingi-lo-ei com o teu cinto, e lhe transferirei os teus poderes; ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para casa de Judá. Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar ninguém abrirá; fixá-lo-ei como prego em lugar firme, e ele será um trono de honra para a casa de seu pai." (Mostra um paralelo com Mt 16, 17-20)

João 21:15-17: "Tendo eles comido, Jesus perguntou à Simão Pedro: "Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?" Respondeu ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo." Disse-lhe Jesus: "Apascenta os meus cordeiros". (Apascentar significa doutrinar.)

Origem alternativas do nome Papa

Diz-se ainda que a palavra Papa possa ter se originado de uma das duas teorias abaixo[5]:

* Um acrônimo em latim, onde cada letra corresponderia a uma palavra :

Petri Apostoli Potestantem Accipiens ("o que recebe o poder do apóstolo Pedro");

* a união das primeiras sílabas destas palavras latinas:

Pater ("Pai")
Pastor ("Pastor").

Insígnias e símbolos

* Triregnum, também chamada de "tiara" ou "tríplice coroa", representa as três funções do papa como "supremo pastor", "supremo professor" e "supremo sacerdote". Os recentes papas têm, no entanto, utilizado menos o triregnum, embora continue sendo um símbolo do papado.
* Bastão papal: é um bastão com uma cruz usada pelo papa todas as vezes que suas funções litúrgicas exigem.
* Palium ou Toalha de altar, uma faixa circular de tecido usado ao redor do pescoço na casula. Faz um jugo sobre o pescoço, peito e ombros e tem dois pingentes pendurados para baixo, na frente e atrás, e é ornamentado com seis cruzes.
* Brasão do Papado, uma chave de prata e uma chave de ouro que simbolizam as chaves do céu entregas à São Pedro, primeiro Papa, a chave de prata simboliza o poder de ligar à Terra ao Céu, a chave de ouro simboliza o poder de ligar o Céu à Terra, as chaves estão com um cordão vermelho, e acima deles uma triregnum. Cada papa tem o seu próprio Brasão, que embora sejam únicos, todos sempre têm duas chaves atravessando uma à outra, formando um "X" e por trás um escudo.
* Anel do Pescador, um anel de ouro decorado com uma imagem de São Pedro em um barco com sua rede, com o nome do Papa em torno dele.
* Umbraculum (mais conhecido como ombrellino) um guarda-chuva vermelho alternando listras de ouro, que costumava ser colocado acima do papa em procissões.
* Sedia gestatoria, uma cadeira móvel transportada por doze homens (palafrenieri) com uniformes vermelhos, acompanhado por dois assistentes com a flabella (ventiladores feitos de penas brancas de avestruz) e, por vezes, um grande guarda-sol, conduzido por oito atendentes. A utilização do flabella foi abolida pelo Papa João Paulo I. A utilização do sedia gestatoria foi abolida pelo Papa João Paulo II, sendo substituída pelo Papamóvel.

O Santo Padre

Os Papas "Santos" da Igreja



OS PAPAS DOS SÉCULOS XX E XXI

terça-feira, 9 de junho de 2009

História e vida de Santo Antônio de Pádua.


Santo Antônio de Pádua, nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto de 1.195, recebeu o nome de batismo de Fernando de Bulhoes, descendente da familia de Godofredo de Bulhoes, chefe da primeira cruzada do século XI. Era primogenito de uma família nobre, poderosa e rica. Os pais o encaminharam aos estudos, desejando que ele se tornannse um magistrado ou um bispo. Mas, bem cedo, começou a desiludir as miragens ambiciosas dos pais. Deus o atraía e ele não opôs resistência. Amava intensamente a oração. Uma pitoresca lenda conta que um dia, na catedral de Lisboa, enquanto rezava, o menino afungentou o demônio traçando o sinal da cruz no chão.

Aos 15 anos, deixa seu rico palácio, seus familiares, que são contrários, e vai trancar na abadia de São Vicente, na periferia de Lisboa, pertencente aos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. A estes religiosos é que Fernando deve toda a sua formação intelectual, que o faz um dos homens mais cultos da Igreja, na Europa, nos principios do Seculo XII.

Pouco tempo depois, foi transferido para uma outra abadia, o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, que era a capital do reino de Portugal.

Com 25 Anos , ainda agostiniano é ordenado sacerdote. Neste ano Santo Antônio teve a grande virada no eixo de sua historia: É de comum acordo que no mesmo ano em que passa de Cônego Regular Agostiniano para seguir as pegadas de um novo fundador: Francisco de Assis. Três são as razões que influíram na mudança de ordem: a) a estagnação de sua congregação e a falta do espírito apostólico e de idealismo da mesma; b) a nova ordem que estava nascendo estava na sua "lua-de-mel"; cheios de vigor e idealismo, esses frades adotavam os elementos essenciais da vida religiosa tradicional, mas dela se afastavam em vários aspectos: não tinham mosteiros, nem residências fixas, nem segurança econômica, pois professavam pobreza absoluta em comum e em particular, dedicavam-se à atividade misionária com pretensões de conquistar o mundo para Jesus Cristo; c) os cincos mártires franciscano assasinados em Marrocos cujos corpos trazidos para Coimbra e, por coincidência, ao mesmo mosteiro de Santa Cruz, onde vivia Santo Antônio. Narram as antigas biografias que, na ocasião, Fernando, levando pelo desejo de imitar o heroísmo dos frades, pediu ingresso na nova ordem.

Ao receber o burel franciscano, Fernando deixa atrás tambem o seu antigo nome acolhendo um outro: Antônio, ou seja Frei Antônio. Recebeu este nome orindo do padroeiro do conventinho do frades menores em Coimbra naqueles tempos dar um nome novo a todos os que ingressavam na Ordem. A palavra Antônio quer significar “altitonante” (que troveja nas alturas, retumbante, estrondoso, estrepitoso: que soa alto, altissonante) “ como pressagiando, conforme escreve o primeiro biografo da legenda de Santo Antônio – ou assídua, quão grande arauto da palavra de Deus haveria de ser. De fato, quando falava entre os perfeitos da sabedoria de Deus escondida no misterio, tais e tão profundas coisa da Escrituras, como um trombeta altissonante, que “soou” a sua voz, mesmo aquele que estivesse acostumado à interpretação da Escrituras, raramente podia compreender o que sua lingua explanava” (Assídua,12).


No final deste mesmo ano (1.220) vai a Marrocos, onde pretende realizar o sonho missionário. Mas fica doente e precisa voltar. Já um tanto recuperado, viajou para Assis, a fim de tomar parte no Capítulo das Esteiras (Pentecostes de 1.221) e aí teve seu primeiro encontro com São Francisco. Após o Capítulo Geral, o frade portugues foi morar no eremitério de Monte-paolo, perto de Forli, na província de Romanha. Como luz debaixo de uma vasilha, por ocasião de uma ordenação sacerdotal, se pos às claras o dote oratorio de Frei Antonio, que até então cuidava somente da cosinha e da horta. Tomaria rumo assim sua atividade futura, preponderantemente devotada à pregação popular, ao lado do magistério teológico e da direção de comunidades de frades.

Letra F

LETRA F
FACE
Muitas vezes o termo designa o próprio Deus, enquanto se volta ou se relaciona com o homem. “Contemplar a face”é ser admitido à presença de Deus; “ver a face de Deus”é algo perigoso para o homem (Ex 33,20-23). O homem pede que Deus não lhe esconda a sua face (Sl 27,8s), mas lhe mostre uma face compassiva (Nm 6,25).

FAMÍLIA
Ver “Esposo”.

FARAÓ
Título bíblico dos reis egípcios. Veja os nomes de alguns faraós na Tabela Cronológica da História Bíblica .

FARISEUS
Partido religioso judaico, cujos membros se dedicavam ao estudo e observância da Lei mosaica e suas tradições, especialmente o sábado, a pureza ritual e os dízimos. Os precursores dos fariseus são os assideus do tempo dos Macabeus (cf. 1Mc 2,42 e nota). Sob João Hircano I começaram a fazer oposição à sua política filo-helenística e por ter usurpado o sumo sacerdócio.
Os fariseus, embora defensores da teocracia, politicamente eram moderados frente ao domínio romano, se comparados à ferrenha oposição dos zelotes e ao apoio dado pelos saduceus. Comparados a estes últimos, os fariseus eram progressistas quanto às crenças religiosas: criam na existência dos anjos, na ressurreição e na imortalidade (Mt 22,23-33; At 23,6-10). Entre o povo gozavam de grande prestígio e liderança. Jesus condenava não a doutrina (Mt 23,3) mas a hipocrisia e soberba dos fariseus (Mt 23,13-36) que os levava a desprezar a massa “ignorante”(Lc 18,9-14). Ver “Essênios”.


No AT a fé é raramente mencionada (cf. Hab 2,4 e nota). Mas crer é a atitude característica do homem perante Deus. Ela implica numa adesão da inteligência em reconhecer a Deus em todas as suas manifestações de amor e suas exigências para com o seu povo. A atitude de Abraão é o modelo da verdadeira fé que salva (Gl 3,6): ele jogou a sua vida, confiando na Palavra de Deus (Gn 12,1-2; 13,14-18; Ez 33,23-24; Eclo 44,19-21; Jo 8,56; Rm 4,1s; Hb 11,8-12).
O Êxodo é o tempo da prova na fé (Ex 4,1-9; 33,1-6; Dt 1,45-46; 4,1-8; 6,20-25; 10,12-22).
A fé inclui a esperança de um mundo melhor (Is 40,1–41,20; 43,1-21; 49,22-23).
No NT acreditar é prestar fé à Palavra de Deus em Cristo (At 24,14; Lc 24,25-27); é obedecer a Deus (Hb 11,1s; Rm 1,5; 10,16s; 15,18; 16,19.26; 2Cor 5,5s); é confiar nele (Mc 11,22-24; At 3,16; 1Cor 13,2); é converter-se, aceitando o Evangelho (1Ts 1,8-9; Rm 10,17; 2Cor 5,18s; At 3,12-16).
Jesus exige fé em sua pessoa (Jo 6,29-40). O coração da fé é a obra salvífica de Cristo, sobretudo a sua morte e ressurreição (1Cor 15,1-20; Rm 4,24; 10,9).
Paulo coloca a fé em Cristo como indispensável para a salvação (Rm 1,16). Mas quando opõe fé a obras, fala das obras da Lei mosaica e não dos frutos da fé cristã (Rm 4,13-25; Gl 3,1s; Ef 2,8-10; Mt 7,16-27; Jo 15,1-3.6-8; Tg 2,16-26).
Alguns textos de primitivas profissões de fé: Lc 24,34; 1Cor 15,3-5; 1Ts 4,4; 2Cor 5,15; Rm 4,25; 6,4.9; Fl 2,6-11.
A Igreja é a depositária da fé: Mt 16,16-19; 18,17s; 28,20; Mc 16,15; Lc 22,31s; Jo 21,15-17; At 1,24s; 15,7s; 20,28; 1Cor 1,10; 1Tm 6,20s; 2Tm 4,2-5; Tt 3,10s; 2Jo 10.

FÉLIX
Procurador romano da Judéia, de 52 a 60 dC; foi o segundo marido de Drusila, esposa do rei Agripa II (At 23,26).

FENÍCIA
Região que abrange o monte Líbano e a zona litorânea desde o monte Carmelo. Seus habitantes dedicavam-se ao comércio e à navegação, fundando colônias em Chipre, Rodes, Sardenha, Sicília, França Meridional e norte da África. No tempo de Cristo a região pertencia à província romana da Síria. No AT é conhecida como Tiro e Sidônia; pertencia à Terra Prometida mas jamais foi anexada (Js 13,4-6). Jesus visitou a região (Mt 15,21) e Paulo a atravessou (At 15,3).

FESTA
Israel conhece várias festas religiosas:
Festa da Lua Nova, que marcava o início do mês (1Sm 20,5-26; Ez 46,1-7; Nm 28,11-14; Ne 10,33-34; Gl 4,10; Cl 2,16-20).
O dia festivo semanal era o Sábado (Ex 16,4-36; 20,8-11; Is 56,1-6; 58,13-14).
A Festa dos Tabernáculos era celebrada em ação de graças pela colheita das azeitonas e das uvas (Jz 9,27; 21,19-24). Era chamada também “festa da Colheita”ou “Festa”(Ex 23,16; 34,22; Ne 8,14; Jo 7,11; cf. Lv 23,33-44 e nota; Dt 16,13-16; Lv 23,34-44); atinge em Cristo o seu significado pleno (Jo 7,37-39; 1Cor 10,4).
A Festa das Semanas era celebrada após a colheita do trigo. É chamada “das semanas”porque se fazia sete semanas após a festa dos Ázimos (Nm 28,26). É conhecida também sob o nome de “festa da Colheita”(Ex 23,16) ou “festa das Primícias”da colheita do trigo (34,22). Mais tarde recebeu o nome de Pentecostes (Tb 2,1; 2Mc 12,31s; At 2,1), porque se celebrava cinqüenta dias depois da oferta do primeiro feixe de espigas de cevada (Lv 23,9-14; Dt 26,1-11). Sendo de origem agrária, Pentecostes é uma festa alegre. Nela o israelita agradecia a Deus pela colheita do trigo, oferecendo-lhe as primícias (primeiros frutos) do que foi semeado nos campos (Ex 23,16; 34,22). Na época pós-exílica começou a ser celebrada nesta festa a promulgação da Lei de Moisés (Lv 23,15-21 e nota). Na festa de Pentecostes, após a morte de Jesus, a comunidade cristã, reunida no Cenáculo, recebeu o dom do Espírito Santo (At 2,14). Ver “Páscoa”, “Sábado”, “Ázimos”.

FESTO
Foi procurador romano da Judéia depois de Félix (At 24,27) e morreu em 62 aC.

FILACTÉRIOS
Dt 6,4-9 e nota.

FILHO DO HOMEM
A expressão bíblica significa muitas vezes simplesmente “homem”, “criatura pequena, frágil”(Sl 8,5; 51,12; Jó 25,6). O profeta Ezequiel é chamado pelo Senhor de “filho do homem”, para acentuar a distância entre Deus e o homem (cf. Ez 2,1 e nota). Em Daniel a expressão indica os israelitas (cf. Dn 7,13 e nota), “os santos do Altíssimo”(7,18s). Para afastar as falsas esperanças de um messianismo político, Jesus aplicou esta expressão a si mesmo. Deste modo sublinhava ao mesmo tempo sua fragilidade humana, enquanto Servo Sofredor (Mc 8,31; 10,45; Is 53,10) e sua grandeza sobrenatural e gloriosa (Mc 8,38; 12,36; 14,62). Após a ressurreição14 a expressão “filho do Homem”foi entendida em sentido messiânico (At 7,56; Ap 1,13).

FILHOS
São a honra dos pais (Pr 17,6; Sl 128,3): devem ser educados (Pr 22,15; Eclo 22,3; cf. Mt 11,16-19; Ef 4,14; Gl 4,1s); devem honrar os pais (Ex 20,12; 21,17; Dt 27,16; Eclo 3,3; 7,27s); devem obedecer-lhes (Dt 21,18-21; Pr 1,8s; Eclo 3,7s; Lc 2,51; Ef 6,1-3; Cl 3,20); aceitar a correção (Pr 12,1; 13,1; Eclo 3,16; 20,5s; Lm 3,27; Hb 12,9); mostrar gratidão (Tb 4,4; 9,4; Pr 10,1; 23,22; Eclo 3,11s). Ver “Adoção”.

FILIPE
Há vários personagens bíblicos com este nome:
1. Filipe, rei da Macedônia, pai de Alexandre Magno (1Mc 1,1; 6,2);
2. Filipe III da Macedônia (1Mc 8,5), derrotado pelos romanos em 197 aC;
3. Filipe, amigo de Antíoco Epífanes (1Mc 6,14-63; 2Mc 9,29; 13,23);
4. Filipe, filho de Herodes o Grande e Cleópatra, tetrarca da Ituréia e Traconites (Lc 3,1), do ano 2 a 34 dC; ao morrer, sua tetrarquia passou ao controle da província romana da Síria;
5. Filipe, filho de Herodes com Mariamne II. Era casado com Herodíades, que o abandonou para viver com Herodes Antipas (Mt 14,3);
6. Filipe, um dos apóstolos, natural de Betsaida (Jo 1,43-46). É mencionado na multiplicação dos pães (6,5-7), como intermediário entre Jesus e alguns pagãos (12,21s) e num diálogo com Jesus (14,8-10);
7. Filipe, um dos sete diáconos (At 6,5s), pregador do evangelho (8,5-13.26-40), visitado por Paulo antes de ser preso em Jerusalém (21,9).

FILISTEUS
Povo não-semita (cf. 1Sm 17,26 e nota), proveniente de Cáftor, ou Creta (Dt 2,23; Am 9,7). Invadiram a costa marítima de Canaã no séc. XII aC, pelo que depois esta região foi denominada Palestina. Oprimiram Israel na época dos juízes (Jz 14–16) e de Saul. Mas Davi os subjugou (2Sm 5,17-25). Com a divisão do reino (931 aC) tornaram-se praticamente independentes e no tempo dos Macabeus desapareceram como povo.

FIM DO MUNDO
Ver “Parusia”.

FINÉIAS
Sacerdote da família de Aarão. Por ter-se mostrado zeloso pela pureza religiosa e racial de Israel nos campos de Moab (cf. Nm 25,8 e nota), recebeu a garantia de um sacerdócio permanente para seus descendentes.

FIRMAMENTO
O céu era imaginado como uma abóbada consistente, na qual Deus pendurou as luminárias (sol, lua e estrelas: Gn 1,14-18). Ver “Céu”.

FOGO
O fogo é símbolo da majestade e da força divina (Dt 4,24; Is 33,14; Sf 1,18). Deus apareceu a Moisés na sarça ardente (Ex 3,2), manifestou-se como fogo no Sinai (19,18). O fogo purifica e limpa o impuro (Lv 1,9; 10,2; Nm 11,1-3; Is 1,25; 6,7; Mt 7,19; 13,40-42; Jo 15,6). Por isso a ira divina é representada pelo fogo que pune os maus (Gn 19,24s; Sl 50,3; Mc 9,49). Jesus compara a punição definitiva dos maus com o fogo que não se apaga (Mt 18,8; 25,41); mas também a virtude renovadora do Espírito Santo é um “batismo de fogo"(Mt 3,11; At 2,3).

FORNICAÇÃO
Ver “Adultério”.

FORTALEZA
A nossa força vem de Deus (Dt 8,17; 32,27; Jr 9,22; 1Sm 14,6; Ez 30,6; Lv 26,19; Am 6,13; Jz 7,2; At 6,8s; Rm 8,31; 1Cor 16,13; Ef 6,10; Fl 4,13; 1Jo 2,14).
Só ele é onipotente. Manifestou o seu poder na criação e na libertação do Egito (Sl 74,13-14; Jó 25,1-6; 26,5-14; Jr 27,5; Sl 106,7-12; Ex 15).
No combate escatológico, Deus manifesta a sua força (Hb 3; Ap 20,9-13; Is 51,9-11; Jr 50,33s). Manifesta-se ao realizar a obra da salvação, ressuscitando a Cristo (Lc 1,37; Mt 19,26; Ef 3,20-22; At 5,29-31).
Cristo recebeu plenos poderes (Mt 28,18). Os apóstolos devem também ser revestidos da força do Alto (At 1,8; Lc 24,49).

FRUTOS
Ver “Boas Obras”.

Letra E

LETRA E

ECOLOGIA
As criaturas manifestam a sabedoria e a grandeza do Criador (Jó 28; 38,2–41,25; 42,5; Sl 19,2-7; Pr 8,27-31). O pecado e a violência do homem perturbam a ordem da natureza (Gn 3,17; 6,17–8,14; Ex 7,8–11,10; Is 1,4-9; 2Rs 17,7-28). As criaturas participarão da redenção escatológica (Is 11,6-9; 65,17; Rm 8,21s; 2Cor 5,19; 2Pd 3,3-13; Ap 21,1).
A importância da água (Gn 1,7; 2,10-11; 7,11; Is 24,18; Jó 38,22-28; Lv 26,4; Dt 11,14; Is 30,23s; Jr 5,24; Sl 1,3; 104,3-18). Seu valor simbólico (Ez 36,24-30; 47,12; Jr 31,9; Is 49,10; 41,17-20; Eclo 24,25-31); as águas que dão vida (Jo 7,37-39; 4,10-14; 1Cor 10,4; Ap 22,1.17); as águas batismais (2Rs 5,10-14; Mt 3,11; At 8,36; 1Cor 6,11; Ef 5,26; Rm 6,3-11; Tt 3,5).
A importância das plantas (Gn 1,11s.29-30; 2,9; 3,22s; Dt 20,19s; Sl 104,13-18).
Os animais e sua relação com o homem (Gn 1,20-30; 2,19s; 6,19-21; 9,2-5; Nm 22,22-35; 1Rs 17,6; Jn 2,3-7; Jó 38,39–39,30; 40,15–41,26; Sl 147,9; Mc 1,13; Mt 6,26; At 28,3-6).

ÉDEN
Ver Gn 2,8.10-14 e notas. Ver “Paraíso”.

EDOM
Ou “edomitas”, nome dos descendentes de Esaú, irmão de Jacó (cf. Gn 25,25.30; 33,1-17; Ab 9–15 e notas). Eles ocupavam a região ao sul do mar Morto, dos dois lados do vale da Arabá, até o Golfo de Ácaba.

EFÁ
Medida de capacidade, equivalente a 45 litros ou três arrobas. Ver a tabela de Medidas, pesos, moedas.

ÉFESO
Importante cidade do litoral oeste da Ásia Menor, desde 133 aC capital da província romana da Ásia. Com uma população de 250 mil habitantes e um estádio para 24 mil pessoas, era famosa pelo seu templo de Ártemis e pelas práticas de feitiçaria. Paulo passou por Éfeso durante a segunda viagem (At 18,19-21) e ali se deteve por três anos durante a terceira viagem missionária (19,1–20,1). O sucesso de sua pregação fez com que muitos queimassem seus papiros mágicos (19,18s), mas suscitou também tumultos, levando Paulo a abandonar a cidade.

EFOD
Pode indicar uma estátua de um ídolo (cf. Jz 8,27; 17,5 e notas) ou a parte da veste sacerdotal que continha a bolsa dos urim e tumim, usados para dar as respostas oraculares (cf. Ex 25,7; 28,6 e notas).

EFRAIM
Nome do segundo filho de José e Asenet (Gn 41,52), que passou também a ser o da tribo que dele descende. Junto com Manassés é destacado nas bênçãos de Jacó (Gn 49,22-26) e de Moisés (Dt 33,13-17). Por extensão, Efraim, sobretudo na linguagem poética, engloba todas as tribos do reino do Norte (Jr 7,15). No NT é também o nome de um vilarejo para onde Jesus se retirou antes de sua paixão (Jo 11,54).

ELEIÇÃO.
Em virtude da aliança, Deus escolheu livremente para si a nação de Israel, como seu próprio povo (Dt 14,2). Esta eleição está relacionada com o êxodo do Egito (Am 9,7; Os 13,4; Mq 6,3-5; Ez 20,5s), mas já teve início com os patriarcas (Jr 11,5; 33,26). Em virtude da eleição divina são chamados eleitos os patriarcas (Gn 12,1-7), Moisés, os levitas, o rei (2Sm 7,14-16) e os membros do povo de Deus em geral (Ex 19,1-9). A eleição, porém, não é mérito e sim fruto do amor imerecido de Deus (cf. Dt 7,6-8 e notas).
No NT eleitos são os que do judaísmo se converteram ao cristianismo (Rm 9,27; 11,5-7), os cristãos em geral (1Pd 2,9), os apóstolos (Lc 6,13; Jo 6,70), especialmente Pedro (At 15,7) e Paulo (9,15).

ELIAS
O nome significa “meu Deus é o Senhor”. É o nome do profeta que defendeu intrepidamente a religião javista contra Acab e Jezabel, promotores do culto a Baal. A figura deste profeta austero causou tal impacto no meio do povo, que em torno dele surgiu um ciclo de narrativas de caráter legendário, marcadas por lances dramáticos e milagres (cf. 1Rs 17–19; 21,17-28; 2Rs 1–2). Por causa de seu fim misterioso descrito como assunção ao céu (cf. 2Rs 2,1-18 e nota; Eclo 48,9-12), começou-se a esperar o seu retorno (cf. Ml 3,22-24 e nota), crença muito viva no tempo de Jesus. O próprio Jesus afirma que Elias de fato já veio na pessoa de João Batista (cf. Mc 9,13 e nota).

ENAQUITAS
População legendária de gigantes que ocupava a região de Hebron, quando os israelitas começaram a conquista de Canaã (Nm 13,22; Dt 2,10-12 e notas).

ENCARNAÇÃO
Grande mistério (Rm 11,33; 1Tm 3,16), no qual participou Deus Pai (Jo 3,16; Rm 8,3; Gl 4,4), Deus Filho (Jo 1,14; Hb 1,2; 10,7-10; 1Jo 4,2) e Deus Espírito Santo (Is 7,14; Mt 1,18; Lc 1,35; Rm 1,3-4; Cl 2,9).

ENFERMIDADE
. É conseqüência do pecado (Gn 2,17; 3,19; Dt 28,20-22; Eclo 31,22; 38,15; Jo 5,14); é provação de Deus (Tb 2,9-14; 12,13s; Jó 5,17-19; Sl 34,20; Jo 9,3). Como proceder na enfermidade: chamar o médico e usar remédios (Eclo 18,20s; 38,9-14); rezar a Deus (2Rs 20,1-7; Sb 16,6-13; Eclo 38,13s; Fl 2,25-27); chamar o padre e receber a unção dos enfermos (Tg 5,14s); cuidar mais da vida espiritual (Sl 39,7s; Lc 10,41s; 12,31; Rm 8,18; 1Cor 11,30; Hb 13,14; 1Pd 5,7); visitar os enfermos (Gn 48,1; Jó 2,11; Eclo 7,34s; Mt 25,39s).

ESCÂNDALO
Ameaças contra o escândalo (Pr 28,10; Mt 18,6-9; Mc 9,42; Lc 17,1; 1Cor 8,12): exortações contra o escândalo (Mt 13,57; 15,12; Lc 7,23; Jo 6,62; 7,41).
Cristo é pedra de escândalo (Is 8,14; 28,16; Rm 9,33; Lc 2,34), sobretudo para os fariseus (Mt 15,12); para os judeus (1Cor 1,23).

ESCATOLOGIA
Ver “Parusia”.

ESCRAVATURA
Ver “Redenção”.

ESCRIBA
Desde o tempo de Esdras o escriba é um entendido nas coisas da Lei. Por isso é também chamado doutor da Lei ou rabi. Com o fim do profetismo, cabia sobretudo ao escriba o ensino e interpretação da Lei ao povo (cf. Eclo 38,24 e nota). Por isso, os escribas tornaram-se os líderes espirituais da nação. Depois de longos estudos junto de algum mestre, pelos 40 anos, a pessoa era ordenada escriba com o rito da imposição das mãos. No tempo de Jesus eram famosas as escolas de escribas dirigidas por Hillel e Chammai.

ESCRITA
É conhecida desde o quarto milênio aC, tanto no Egito, como na Mesopotâmia. Entre os israelitas a arte de escrever era conhecida apenas por pessoas instruídas e de boa posição, especialmente os escribas profissionais (Is 29,11s). A escrita hebraica se desenvolveu da escrita fenícia e tem 23 consoantes. É conhecida sob duas formas: a antiga, ainda em uso entre os samaritanos, e a quadrada, que aparece nos manuscritos do I séc. dC em diante. O sistema de vogais que fixa a pronúncia das palavras só foi inventado pelos massoretas pelo séc. VI/VII dC. Os manuscritos bíblicos foram escritos sobre papiro ou pergaminho.

ESCRITURA (SAGRADA)
. Ver “Bíblia”e “Como ler a Bíblia com proveito”, na Introdução Geral desta Bíblia.

ESMOLA
O mandamento (Tb 4,7; 14,11; Lc 14,12); é um ato de religião (Pr 19,17; Eclo 35,4; Mt 25,35; Hb 13,16); exemplos (1Rs 17,10; Tb 1,3; Jó 31,16; At 9,36; 10,2; 2Cor 8,2).

ESPERANÇA
. No AT Deus é a essência, meta final e garantia da esperança (Sl 130,5-7) do indivíduo (71,5) e do povo em geral (Jr 14,8; 17,13). Espera-se no poder do braço do Senhor (Is 51,5), do qual vem a salvação (Gn 49,18). Espera-se a vinda da glória do Senhor (At 1,11; 1Ts 4,13–5,11), a conversão de Israel e das nações, a nova aliança baseada no perdão dos pecados (Eclo 2,11; Mt 18,11; Hb 2,17; 4,16; 2Pd 3,9).
Apesar de sua história cheia de contradições e infidelidades, Israel conservou a esperança na graça divina (Os 12,7; Jr 29,11; 31,17; Is 40,31). Foram os profetas que ergueram a bandeira da esperança nos momentos críticos da história, apontando a renovação dos tempos messiânicos (Os 2; Is 40–66; Ez 36–37).
No NT a salvação prometida torna-se de certo modo já presente pela fé: a justificação, a filiação divina, o dom do Espírito e o novo Israel, composto de judeus e pagãos convertidos a Cristo. Por isso muda também o conteúdo e a motivação da esperança. A esperança do cristão é uma “viva esperança”(1Pd 1,3;), que liberta do temor da morte (Ef 2,12; 1Ts 4,13), pois ela está unida ao amor (1Cor 13,13) e à fé em Cristo. O cristão espera a salvação (1Ts 5,8), a justiça (Gl 5,5), a ressurreição (1Cor 15), a vida eterna (Tt 1,2; 3,7), a visão de Deus e sua glória (Rm 5,2). Sua esperança é alegre e corajosa (Rm 12,12; 1Ts 5,8), pois está firmemente ancorada em Cristo (Hb 6,18s). Ver “Parusia”e Introdução Geral .

ESPIRITISMO
Constata-se na Bíblia a prática da evocação dos mortos (1Sm 28,3-20; 2Rs 21,6; 23,24; Is 8,19; 29,4), mas é severamente proibida (Lv 19,31; 20,27; Dt 18,10-12; 1Cr 10,13; Is 8,19; 44,25).
Outras práticas mágicas (Ex 7,11s; 2Rs 17,17; 21,6; 2Cr 33,6; Sl 58,5s; At 8,9; 19,18-20; 2Ts 2,9; Ap 13,13s; 16,14).
Adivinhação (Gn 41,8; Lv 19,26.31; 1Sm 28,7; Eclo 12,13; 34,5; Is 47,13s; Jr 8,17; Ez 21,26; Os 4,12; At 16,16).
Castigo severo previsto (Ex 22,17; Lv 20,6; Dt 4,19; 13,1-5; 17,3; Eclo 34,1-7; Is 44,25; 47,9; Jr 23,16.30-32; 28,15-17; 29,8; Mt 12,27; At 13,8-11; 16,16-18; Gl 5,19s; Ap 21,8).
Não existe reencarnação (Ecl 9,10; Eclo 14,12-19; Mt 13,30; 25; Lc 16,9.19-32; Rm 2,5-8; 2Cor 5,6-10; Gl 6,6s; Hb 9,27). Ver Lv 19,31; 1Cr 10,13 e notas; ver “Necromancia”.

ESPÍRITO (SANTO)
Em hebraico e grego “espírito”significa ar em movimento, hálito ou vento. Por isso também é sinal ou princípio de vida (Gn 6,17; 7,15; Ez 37,10-14), a força vital (Jr 10,14), a sede dos sentimentos, pensamentos e decisões da vontade (Ex 35,21; Is 19,3; Jr 51,11; Ez 11,19). Deus é que dá o espírito e age no homem pelo seu espírito (Gn 6,3; Ez 2,2 e nota).
O Espírito falou pelos profetas (Ez 2,2; 3,12-14; 8,3; 11,1) e suscitou “testemunhas”(At 1,8.22; 2,32; 3,15; 10,39-41).
No NT fala-se em bons e maus espíritos (Hb 1,14; Ap 4,5; Mc 1,13.23.26; At 5,16).
O Espírito é também Deus verdadeiro, uma pessoa distinta do Pai e do Filho (Mt 28,19; Mc 13,11; At 5,3s; 20,28; 28,25s; 1Cor 3,16s; Jo 14,16). Procede do Pai e do Filho (Mt 10,20; Jo 14,26; 15,26; 16,13-15; Gl 4,6; Tt 3,5s); foi prometido e enviado (Lc 24,49; Jo 7,39; 14,16s; 15,26; At 1,5; 4,31); foi comunicado pelos apóstolos (At 8,14-17; 10,44-47; 11,15-17; 19,2-6; 1Ts 1,4s); foi dado a cada cristão e é o princípio da vida espiritual e garantia da ressurreição (Rm 8,2.11; Lc 12,11s; Jo 14,26; 16,12s; At 4,31s; Tt 3,5); concede dons e provoca frutos (Is 11,2s; Zc 12,10; Gl 5,22s; 1Cor 12,4–14,40; Ef 1,13s; 2Tm 1,7).
O Espírito é o Paráclito, isto é, “advogado”dos cristãos no tribunal do mundo (Jo 14,15-17.25-26; 15,26-27; 16,7-14; Mc 13,11). Ver “Paráclito”.

ESPOSO
O amor de Deus por Israel é comparado ao do noivo por sua noiva, ou do esposo pela esposa (Os 2,16; Jr 2,2.30-37; 3,1-13; Ez 16,8). Deus tem “ciúmes” por causa de Israel infiel; por isso castiga-o, mas também lhe promete um coração novo (Jr 30,17; 31,2-4.21-22; Ez 16,53-63) e novas bodas após o castigo do exílio (Os 2,16-25; 3,1-5; Lm 1,1-21; Is 49,14-21; 50,1-2; 51,17s; 54,1-10; Ct 1,1s).
João Batista chama Jesus de noivo (Jo 3,29; Ef 5,22s), sendo ele o amigo do noivo.
Em Cristo, Deus realiza as bodas definitivas com a Igreja, que é a noiva (2Cor 11,2) ou esposa de Cristo (Ap 21,9). Por isso, o Reino é uma festa de casamento (Mt 22,1-14; 25,1-13; Lc 14,16-24; Jo 2,1-11; 3,25-30; Mt 9,14-15; Ef 5,25s; Gl 4,21-23; 2Cor 11,1-3).
Os esponsórios de Deus em Cristo são o fundamento da moral conjugal cristã (Mt 19,1-9; Ef 5,22-23; 1Cor 6,15-20; 11,3-16; 1Pd 3,1-7; Cl 3,18-19). Ver “Matrimônio”.

ESSÊNIOS
Associação religiosa judaica da Palestina, de caráter monacal e tendência ascética. Sua origem provém, provavelmente, dos assideus (cf. 1Mc 2,42 e nota). Não são mencionados na Bíblia. Com a descoberta dos escritos do mar Morto (1947) e das ruínas de Qumrân, ficaram melhor conhecidos os costumes e a doutrina dos essênios e seu possível relacionamento com os fariseus e o NT.
Características do grupo: Os candidatos passavam por um período de um ano de “postulantado”e dois anos de “noviciado”; o candidato era aprovado como membro após um juramento e recebia uma doutrina secreta. Praticavam a pobreza, o celibato e a obediência a um superior. Faziam abluções rituais e orações matinais. Veneravam Moisés e os anjos. Observavam o sábado, mas estavam separados do culto do templo. Segundo alguns, João Batista teria sido membro da seita dos essênios (Lc 1,60; 3,1-21).

ESTACAS SAGRADAS
Ver “Postes Sagrados”.

ESTADO
O poder vem de Deus (Pr 8,15s; 11,14; Eclo 10,1.4; 17,17; Dn 2,21; Mt 22,21; Jo 19,11; Rm 13,1s). Os funcionários públicos são responsáveis diante de Deus (2Cr 19,6; Ecl 5,7; Sb 6,2-9; Ef 6,9; Hb 13,17; Ap 19,16). Devem ser escolhidos entre os mais dignos (Ex 18,21-23; Dt 1,12-17; Sl 101,6; Pr 14,35): devem ser justiceiros e benignos (Dt 25,1-3; Pr 17,15; 20,28; 29,12; Sb 1,1; 12,17-19; Jr 22,2-5.13-19; Lc 3,14; Jo 7,24); devem edificar pelo bom exemplo (Dt 17,15-20; 1Rs 2,1-4; 6,11-13; Ecl 10,16s).
Os súditos devem honrar as autoridades como representantes de Deus (Ex 22,27; 1Sm 24,7; Jo 19,11; At 23,4s; Rm 13,7; 1Tm 2,1-3); devem obedecê-las (Rm 13,1-7; Tt 3,1; Hb 13,17; 1Pd 2,13-15); devem pagar impostos (Mt 22,15-21; Rm 13,7).
Mas antes de tudo se deve obedecer a Deus (Tb 1,15-20; 1Mc 2,19-22; 2Mc 7,1s.30; At 4,18s; 5,29.40-42). Ver “Autoridade”.

ESTELA (PILAR SAGRADO)
Ou coluna sagrada, de origem cananéia, era uma pedra colocada de pé por chefes em recordação de façanhas. Embora de origem profana, podia ser colocada em santuários e acabava assumindo a finalidade religiosa (cf. Gn 28,18 e nota) de localizar a presença divina. Mais tarde, para combater os costumes pagãos, o seu uso foi condenado (Ex 23,24; Lv 26,1; Dt 7,5; 16,22; cf. 2Cr 14,2 e nota).

EUCARISTIA
“Fração do pão”rito tipicamente cristão (At 2,42.46; Mt 26,26; 1Cor 10,16; 11,24). Celebra-se no domingo, dia da Ressurreição (At 20,7.11). Nela o Ressuscitado está presente (Lc 24,30-35).
É o “pão da vida”, refeição pascal (Jo 6,4) e messiânica. É o novo maná, dado pelo novo Moisés (Sl 78,24; 105,40; Sb 16,20; Is 55,1-3; Pr 9,5; Eclo 24,20; Jo 6,1-15.22-59; Mt 14,19-21; 15,32-39).
É o banquete nupcial e escatológico (Mt 22,2-14; 25,1-13; Lc 14,12-24; Jo 2,1-12; Ap 14,1-3; 3,20-21). É o sacramento de Unidade (1Cor 10,16-17; 11,17-34; Jo 17,1s; At 2,42-46; Lc 24,30-35), prometido e instituído por Cristo (Jo 6; Mt 26,26-28; Mc 14,22-24; Lc 22,19-20; 1Cor 11,23-25).

EUNUCO
Ver as notas em Sb 3,14; Is 56,1-8 e At 8,26s.

EVANGELHO
É a “Boa-Nova” anunciando a chegada do Reino de Deus em Cristo (Lc 4,43-44; Mc 1,1; At 13,32-33; Is 40,9-11; 61,1-2; Lc 4,16-22; Mt 11,2-6). Esta feliz boa-nova é anunciada aos pobres (Lc 6,20-23; 2,10; Mt 5,3-12). É o anúncio da salvação (At 13,26; Rm 1,16-17; 10,14-17; Ef 1,13); é a pregação do mistério que se realiza em Cristo e na Igreja, incluindo judeus e pagãos (Cl 1,26-29; 4,2-4; Ef 3,1-7; Rm 1,1-6). Ver a Introdução aos Evangelhos Sinóticos.

EXÍLIO
Ver “Deportação”.

ÊXODO
Ver “Moisés”, “Páscoa”, “Peregrinação”, “Libertação”. Ver também a Introdução ao livro do Êxodo e as notas em Ex 15,17 e 19,1–24,11).

EXPIAÇÃO
No início, a expiação é compreendida materialisticamente como uma reparação exterior por uma falta legal (Lv 14,11-20.53-54; 23,26-32; Dt 13,7-11; 17,2-7; 19,15-21; Nm 35,32-34; 2Sm 12,13-15).
A expiação visa restabelecer a comunhão entre Deus e o homem, rompida por sua rebeldia. Em textos mais antigos, com a expiação procura-se acalmar a ira divina, punindo o pecador ou praticando um ato cultual (cf. 1Sm 26,19; 2Sm 21,1-14 e notas). Há também ritos expiatórios para apagar o pecado, representado como mancha, pelo sangue de uma vítima (Lv 16,14-16). Deus é quem institui a expiação e a efetua(17,11), quando lhe são oferecidos os sacrifícios pelo pecado e pela culpa.
Deus, intransigente no início, deixa-se dobrar pela sua misericórdia (Jr 7,16; 11,13-20; Gn 19,2-22; Jó 42,8-10; Am 7,3-10); e concede o perdão dos pecados (Os 14,3-5; Jr 3,21-22).
No NT, o povo que pecou muito tem necessidade dum “justo” que se imole por ele e o reconduza a Deus (Is 41,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13–53,12; Mt 12,15-21; Fl 2,8-11; Jo 12,31-34; 11,47-54; 1Pd 2,21-25).
S. Paulo apresenta a obra salvífica de Cristo pela cruz como uma reconciliação entre Deus e os homens (Rm 5,9-11; 2Cor 5,18-20; Cl 1,20; Ef 2,13-16).
O sacrifício de Cristo, de valor infinito, reparou para sempre todos os pecados (Hb 7,26-28; 10,4-14; 9,25-26; Ap 12,9-12; Rm 5,18-19). A Igreja, isto é, os cristãos associam-se à expiação de Cristo (Fl 3,10; Rm 8,17; 1Pd 4,13). Ver “Dia da Expiação”.

EXTERMÍNIO
Veja “Anátema”.

Letra D

LETRA D

DÃ.
Nome de um dos filhos de Jacó, nascido de Bala, escrava de Raquel (Gn 30,3-6), antepassado da tribo dos danitas. A tribo ocupava inicialmente a região entre Saraá e Estaol (Js 19,40-48; Jz 1,34; 13,2) a 25 km a oeste de Jerusalém. Mas teve de emigrar para o norte, perto das cabeceiras do rio Jordão (Jz 18). O santuário popular da tribo (18,31) acabou se tornando um santuário nacional, quando Jeroboão mandou instalar ali uma estátua idolátrica do bezerro de ouro (1Rs 12,28).

DAMASCO
Capital da Síria, destruída em 732 aC (2Rs 16,9). Desde Davi, ao longo do período monárquico, esteve freqüentemente relacionada com Israel, sobretudo no tempo dos profetas Elias, Eliseu (1Rs 20; 22; 2Rs 6–8) e Isaías (Is 7,1-9; 17,1-3). Desde a época persa vivia ali uma numerosa população judaica. Damasco foi o palco da conversão de Paulo (At 9,1-27; 2Cor 11,32s; Gl 1,17).

DECÁLOGO
Nome dado às “dez palavras sagradas”escritas por ordem de Deus (Ex 34,28) em duas tábuas de pedra. Elas continham as obrigações básicas da aliança, de caráter sobretudo moral (Ex 20,1-17; Dt 5,6-21).

DECÁPOLE
Território das dez cidades da Transjordânia de população quase exclusivamente pagã, anexadas por Janeu ao reino israelita, mas desde 63 aC tornadas independentes da província romana da Síria: Damasco, Filadélfia, Ráfana, Citópolis, Gádara, Hipos, Dion, Péla, Gérasa e Cânata. Durante a vida pública, Jesus várias vezes atravessou o território da Decápole (Mc 5,20; 7,31).

DEMÔNIO
Ao lado dos anjos bons, o judaísmo reconhece a existência de espíritos maus, ou anjos maus, que causam mal aos homens. Têm vários nomes, como o “Tentador”(Mt 4,3), o “Diabo” (Mt 4,1; 13,39; Jo 6,70; At 10,38; 2Tm 2,26; Ap 2,10). Eles estão subordinados a Satanás, o grande adversário de Deus (Mt 25,41; 2Cor 12,7; Ef 2,2; Ap 12,7).
Jesus expulsa muitos demônios ou “espíritos impuros”, ainda que talvez se trate de doenças, então popularmente atribuídas aos demônios (Mt 9,34; 10,8; 11,18; 12,24).
Os demônios são uma ameaça à vida religiosa dos fiéis (1Pd 5,8s; 1Jo 4,1; 1Tm 4,1). Mas o cristão, pela sua fé em Cristo, já venceu o diabo e os seus anjos (Ef 4,27; 6,11-18; Tg 4,7; Jd 6).
O NT, portanto, concebe o mundo dominado por forças maléficas (demônios), cujo chefe é Satanás e que Cristo veio vencer. Frente ao Reino de Cristo e os seus santos está o Reino de Satanás e dos seus sequazes. Ver “Satã”.

DEPORTAÇÃO
É a remoção forçada de povos vencidos, de seus países para outros territórios, praticada pelos assírios e babilônios. A finalidade prática era enfraquecer o inimigo e, eventualmente, colonizar territórios próprios. As vítimas da deportação estão em desterro ou exílio. Israel foi submetido várias vezes a deportações. Os assírios puseram fim ao reino do Norte, deportando a população de Israel em 734 aC (2Rs 15,29; Tb 1,2) e depois da queda de Samaria, em 722 aC (2Rs 17,6; 18,11). Em 597 e 587 aC os babilônios desterraram os habitantes de Judá para a Babilônia (2Rs 24,8-17; 25,7-12; Ez 3,15).
A deportação, embora não resultasse em prisão, causava grandes sofrimentos. Os exilados eram arrancados de sua terra natal e de suas propriedades e tinham dificuldade em praticar sua religião. A situação dos exilados os colocava entre o escravo e o cidadão; podiam adquirir propriedades, exercer profissões, mas sem gozar dos direitos de cidadãos livres.
Sob o ponto de vista religioso o exílio é considerado como punição pela idolatria e infidelidade a Deus, um tempo de purificação e expiação (Ez 11,14-21; 20,32-44). Mas foi também um tempo de renovação da esperança, tornando-se um símbolo da conversão, ou volta a Deus (cf. Ez 33-48; Is 40-55). Ver “Cativeiro”.

DESCIDA DE CRISTO AOS INFERNOS
Ver “Inferno”, “Abismo”, “Geena”e “Xeol”.

DESERTO
Os desertos na Palestina não são de areia, mas sim de montanhas calcárias, onde a vegetação não cresce mais por falta de chuva. O deserto da Judéia é uma estreita faixa situada entre a parte mais alta das montanhas e o vale do rio Jordão, e a depressão do mar Morto. O deserto do Negueb, ao sul de Judá, constitui o limite extremo-sul habitável da Terra Prometida.
A experiência da aliança com Deus no deserto do Sinai deixou profunda marca na alma israelita (Ex 19). Ali Israel foi provado por Deus; sentiu fome e sede, mas Deus o alimentou com maná (Ex 16) e o dessedentou com água tirada do rochedo (17,1-7). Na solidão do deserto aprendeu a seguir a Deus com fidelidade (Jr 2,2). Por isso, o deserto na Bíblia é tanto símbolo da provação, como da renovação espiritual (Os 2,16s; 1Rs 19,1-8; Ez 20,34-37).
João Batista preparou-se para sua missão e começou a pregar o batismo de conversão no deserto (Mt 3,1-3; Mc 1,4; Lc 1,80). Após o batismo no Jordão, Jesus retirou-se durante 40 dias para o deserto, onde foi tentado pelo demônio e preparou-se para pregar o Reino de Deus (Mt 4,1). Ver “Negueb”e “Sinai”.

DEUTEROCANÔNICO
Ver “Canônico”.

DIA DA EXPIAÇÃO
Ver as notas em Lv 16,1-34 e At 27,9; ver também “ Expiação”, “Bode Expiatório”.

DIA DO SENHOR
É o dia em que Deus vem para julgar. Este dia em geral é visto como um dia de punição para os pagãos, para os inimigos de Deus e de seu povo, e de salvação para Israel (cf. Is 13; Ez 7,1-27 e nota; Jl 4,9-14). Mais tarde os profetas anunciaram o dia do Senhor como punição também para Israel, para quem a eleição divina não é uma garantia incondicional (cf. Am 3,1s; 5,18 e nota). Segundo o NT este dia vai coincidir com o da vinda gloriosa de Cristo, para o qual se volta toda a esperança cristã (1Cor 1,8; 1Ts 5,2-4).
No NT, o primeiro dia da semana, por ser o dia da Ressurreição do Senhor Jesus Cristo, foi chamado “Dia do Senhor”(Ap 1,10). Ver “Parusia”, “Culto”e “Sábado”.

DIÁCONO
O termo significa “assistente”, alguém que serve à mesa (Jo 2,5.9). Foram chamados “diáconos”os cristãos escolhidos pelos apóstolos para servirem aos pobres da Igreja de Jerusalém (At 6,1-7). Mas estes diáconos logo começaram a dedicar-se também à pregação do Evangelho (6,8–7,53; 8,5-13). Eles são os auxiliares dos “epíscopos"(cf. At 20,28 e nota) na direção das jovens comunidades cristãs (Fl 1,1; 1Tm 3,8-13). Ver “Anciãos”, “Bispo”e “Culto”.

DIÁSPORA
Ou “dispersão”, é o termo aplicado aos judeus espalhados pelo mundo pagão do Império Romano (Jo 7,35). Na era apostólica a população do Império Romano era de aproximadamente 55 milhões, dos quais 4,5 milhões (8%) eram judeus da diáspora.

DILÚVIO
A narrativa de Gn 6,5–9,19 descreve uma inundação catastrófica, chamada dilúvio, do qual salvaram-se apenas Noé, sua família e os animais que o acompanhavam na arca. Muitos povos antigos falam de extraordinárias inundações que em épocas muito remotas destruíram a terra. As narrativas mais próximas ao Gênese são as da Mesopotâmia. É possível que no fundo destas narrativas esteja a lembrança remota de inundações catastróficas mas de proporções limitadas (cf. Gn 7,19s e nota).

DISCÓRDIA
Deve ser evitada (Pr 6,19; 1Cor 3,3; 6,7; 11,16; Fl 2,3; 2Tm 2,14; Tg 4,1. Tem conseqüências funestas (Eclo 28,12; Mt 12,25; Mc 3,24s; Gl 5,15; Tg 3,14-17).

DIVÓRCIO
É a ruptura do laço matrimonial, permitida pela Lei de Moisés (cf. Dt 24,1-4 e nota). Nas tribos do Médio-Oriente era usual a poligamia (Jz 8,30; 2Sm 3,7; 16,21; 1Rs 11,1-8; Gn 4,19). Mas o progresso da fé num Deus único orientará os costumes para a fidelidade a uma só mulher, como sinal da fidelidade a um só Deus (Esd 9,1s; 10,3; Ml 2,10-11; Tb 8,1s; Ecl 9,1-9; Eclo 26,1-18).
A própria criação postula a monogamia (Gn 2,18-24; 1,26-31). A este ideal se refere Jesus (Mc 10,2-9; Mt 19,3-9; 1Cor 7,10-11; Lc 16,18) ao proibir o divórcio (Mt 5,31s; cf. Rm 7,2s; 1Cor 7,10s.27.39) e proclamar a indissolubilidade do Matrimônio, sacramento de união entre Cristo e a Igreja (Ef 5,22-23).

DÍZIMO
Era a contribuição obrigatória, entregue ao santuário para sustentar os sacerdotes e levitas (Nm 18,21-32), os pobres, os órfãos e as viúvas (cf. Dt 14,22-29; Tb 1,7s e notas). A contribuição referia-se à décima parte dos cereais, do vinho e do azeite. Os fariseus pagavam, porém, o dízimo até dos produtos mais insignificantes, como as hortaliças (Mt 23,23). Ver “Esmola”.

DOMINAÇÕES
Personificação de poderes supraterrestres, relacionados com Satã, príncipe deste mundo (Rm 8,38; 1Cor 15,24; Ef 1,21), mas que não são os anjos maus. O cristão não deve temê-los pois são criaturas de Deus (Cl 1,16), mesmo que possam hostilizá-lo (Ef 6,12), porque Cristo os subjugou (Cl 2,10-15; 1Pd 3,22). Ver “Principados”, “Potestades”, “Satã”.

DOMINGO
Ver “Sábado”.

DOUTOR DA LEI
Ou escriba, é o homem entendido nas coisas da Lei (Lc 5,17; Mt 23,3). Eles recebiam o título honorífico de rabi (Mt 23,7s) e ensinavam a Lei ao povo (Lc 2,46; Rm 2,20). Seu trabalho de instrução é elogiado em Eclo 39,1-11; mas Jesus os criticou por seu casuísmo teológico-jurídico e sua conduta hipócrita. O cristão que tem o dom de ensinar é também chamado doutor (At 13,1; 1Cor 12,28s).

DOZE
Na Bíblia, “doze”é o número sagrado da “eleição”: Os doze patriarcas, pais das doze tribos (Gn 35,22-26; 42,13.32; 49,28; At 7,8; Js 24,1s).
Cristo elege doze apóstolos (Mc 3,13-19; Jo 6,70); que recebem uma especial instrução e seguem o Mestre (Lc 8,1s; 9,12; 18,31-34; Mc 4,10-11; 14,17s; Lc 9,2.5; Mc 6,7). Constituem o fundamento da Igreja (Ef 2,20; Ap 21,14; 7,4-12; Mt 19,28; Lc 22,30). Cristo come com eles a Ceia Pascal (Jo 13,1-20; Mt 26,20-29); ora por eles ao Pai (Jo 17,17); é a eles que as mulheres anunciam o encontro do túmulo vazio (Lc 24,9-10.45-49; Jo 20,19-23; Mt 28,18-20). Ver “Apóstolos”.

Letra C

LETRA C

CAIFÁS
Exerceu a função de Sumo Sacerdote durante a atividade de João Batista (Lc 3,2) e o processo contra Jesus (Mt 26,3.57; Jo 11,49; 18,24-28), entre 18 e 36 dC. Era o genro de Anás (18,13).

CAIM
Ver “Abel”.

CÁLICE
Ver “Eucaristia”.

CALVÁRIO
Ver “Gólgota”.

CAMINHO
Além do seu sentido normal, o termo é usado em sentido metafórico como vida do homem, sua conduta e seus hábitos. Indica também o modo de agir de Deus para com o homem (“os caminhos de Deus”), ou as normas que ele traçou para o agir humano, isto é, os mandamentos. No NT a doutrina cristã é chamada “caminho”(At 9,2; 16,17; 19,23; 22,4; 24,14).

CANÁ
Cidade da Galiléia onde teve lugar o casamento ao qual foram convidados Jesus e os apóstolos (Jo 2,2) e onde foi curado o filho do oficial da corte (4,46). Era a terra natal de Natanael (21,2). Nas bodas de Caná, Cristo se manifesta como o Esposo da Igreja, no terceiro dia após seu batismo (Jo 2,1-11; Mt 22,1-14; Jo 3,29-30). A intercessão de Maria mostra a sua participação no milagre, mas também a independência de Cristo (Jo 2,3-5; Mc 3,20-35; Lc 11,27-28; 2,49).
A Hora de Jesus é a sua glorificação. Os milagres são a antecipação desta glória. São sete os milagres, “sinais”, manifestadores de diversos aspectos do Cristo joanino (Jo 2,1-11; 4,46-50; 5,1-15; 6,1-15.16-21; 9,1-41; 11,33-44).
Jesus, a nova videira, muda em vinho a água das purificações rituais, pois é o seu sangue e a sua palavra o que purifica os homens (Jo 15,1-8; Mt 26,26-29; Is 5,1-4; 24,8-11; Mc 7,3-4; 1Jo 1,7; Ap 1,5; 7,14; 22,14).

CANANEU
Habitante de Canaã, terra prometida por Deus e conquistada pelos israelitas, situada entre o vale do rio Jordão e a costa do Mediterrâneo. No NT o termo aparece como nome de um partido político, chamado também dos zelotes. O apóstolo Simão era membro deste partido (Mc 10,4-11).

CÂNON
Lista dos livros do AT e NT inspirados por Deus e, conseqüentemente, normativos para a fé e vida moral dos fiéis. O cânon dos livros inspirados formou-se definitivamente já na era apostólica. Mas houve dúvidas sobre determinados livros do AT e do NT, sobretudo entre o II e o IV séculos, devido à proliferação de livros apócrifos. Tais livros são chamados deuterocanônicos, porque foram reconhecidos como canônicos pela Igreja universal num segundo momento. Os deuterocanônicos do NT são: Hebreus, 2Pedro, Judas, Tiago, 2-3João e Apocalipse; os do AT são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e 1-2Macabeus. Estes últimos não constam nas Bíblias editadas pelas Igrejas protestantes, que os consideram apócrifos. A Igreja Católica pronunciou-se definitivamente sobre o cânon no Concílio de Trento (1546).

CANÔNICO.
Em sentido ativo, diz-se da Sagrada Escritura, enquanto é critério de verdade, norma de fé e de costumes. Em sentido passivo é o livro que está incluído no cânon ou lista oficial dos livros reconhecidos pela Igreja como inspirados. Distinguem-se livros protocanônicos sobre cuja inspiração houve desde o início consenso em toda a Igreja, e livros deuterocanônicos, de cuja inspiração em determinadas
igrejas locais duvidou-se durante algum tempo. Ver “Cânon”.

CARIDADE
Não deve ser confundida com o simples dar esmolas. No AT a caridade ao próximo se restringia sobretudo ao povo israelita (cf. Lv 19,18; Eclo 12,1-17 e notas). Ver “Amor”e “Eucaristia”.

CARISMA
Termo grego que significa um dom gratuito. É um dom especial do Espírito, dado ao cristão para o bem comum do próximo e a edificação da Igreja (Rm 12,8; 1Cor 12,4-10; Ef 4,11-13). Paulo fala longamente na 1Cor 12–15 dos carismas, cuja importância foi muito grande para a difusão do cristianismo. Menciona, entre outros, os dons da sabedoria, da cura, dos milagres, da pregação e do ensino. O mais importante de todos é a caridade.

CARMELO
. Nome de uma cidade ao sul de Judá (Js 15,55; 1Sm 25,7.40). Nome também de uma serra de 20 km de comprimento, entre o mar Mediterrâneo e a planície de Jezrael (1Rs 18,42-46). Ali residiam as primeiras comunidades de profetas sob a direção de Elias e Eliseu (1Rs 18; 2Rs 2).

CARNE-ESPÍRITO
A antropologia bíblica não conhece a dicotomia grega: corpo-alma. O homem é visto como uma unidade vivente. O termo “carne”é usado simbolicamente para indicar muitas vezes a transitoriedade e a fraqueza do ser humano, mortal e pecador (Gn 3,3; Jr 17,15; Jó 10,4; Mt 26,40s; 2Cor 12,7-10; Is 40,3-8; Jo 17,2). O próprio Verbo de Deus assumiu esta carne frágil e mortal (Jo 1,14; 1Tm 3,16).
Enquanto indica o ser humano na sua fragilidade, “carne”pode estar em oposição ao espírito (Is 31,3; Sl 56,5; 2Cr 32,8). Neste último sentido, nas epístolas de Paulo “carne”significa o homem natural, sem a graça, na sua fraqueza e tendência ao mal (Rm 9,6-13; Gl 6,12-15; Fl 3,2-5; Ef 2,11-13; Rm 8,12-15), em contraste com o espírito, força que recebe o homem purificado pelo batismo (Rm 7,14-25; 13,11-14; Ef 2,1-6; Cl 2,13-23). O cristão é aquele que não vive mais na “carne”mas no “espírito”(Rm 8,9). Por isso o cristão deve crucificar a carne com suas concupiscências (Rm 8,5-13; Gl 5,22-25; Cl 1,24-29).
Oespírito, alento vital, sopro ou vento, indica a ação de Deus no ser humano (Gn 2,7; 6,17; 7,22; Rm 8,14-16; 1Cor 2,10-13; Gl 5,13-25; 6,8-10), opõe-se à carne, em sentido mais religioso que físico.

CASTIDADE
Ver “Virgindade”.

CATIVEIRO
Houve dois cativeiros ou exílios na história do povo eleito. Em 722 aC foi deportada para a Assíria a população do reino do Norte, invadido e destruído pelos assírios (2Rs 17). Em 587 aC foi deportada para a Babilônia boa parte da população do reino do Sul, quando Nabucodonosor destruiu Jerusalém (2Rs 25). Durante o cativeiro da Babilônia os exilados foram confortados pelas palavras do profeta Ezequiel e de um profeta anônimo (Is 40–55). Eles reavivaram as esperanças de um retorno à pátria, o que aconteceu com o edito de Ciro (538 aC), o rei dos persas, que conquistou a Babilônia (Esd 1,1-4). A dura provação do exílio contribuiu para uma profunda revisão das crenças e renovação espiritual de Israel. O cativeiro da Babilônia é o símbolo do homem decaído e libertado pela graça de Jesus Cristo (Hb 2,14s).

CELIBATO
É o estado de uma pessoa que se mantém solteira, aconselhado por Cristo em vista do Reino de Deus (Mc 10,28-30; Lc 18,26-30; Mt 19,27-29; 22,30) e pelo Apóstolo (1Cor 7,1.7.32-35.38-40); é possível viver neste estado com a graça de Deus: Mt 19,26; Rm 8,11.13; 1Cor 10,13; 2Cor 12,7-9).

CÉSAR
Nome do famoso general, conquistador da Gália. Mais tarde tornou-se o título usado pelos imperadores romanos (Mt 22,17-21; At 25,2-12).

CESARÉIA
Duas são as cidades com este nome na Palestina:
1. Cesaréia Marítima, construída por Herodes o Grande em homenagem a César Augusto. Tornou-se a residência dos procuradores romanos; ali morava também Cornélio (At 10,1) e o diácono Filipe (21,8).
2. Cesaréia de Filipe, construída por Herodes Filipe nas cabeceiras do rio Jordão. Perto desta cidade Pedro confessou que Jesus era o Messias esperado e Jesus prometeu fazer dele o chefe da futura Igreja (Mt 16,13-20).

CÉU
O céu pode ser tomado em sentido cosmológico: os antigos o imaginavam como firmamento sólido (Is 40,22; 44,24), apoiado sobre colunas (Jó 26,11). No firmamento há eclusas e por cima estão as águas do Oceano primitivo (Gn 7,11; Sl 148,4-6).
O céu em sentido teológico é a morada de Deus, cujo trono está acima do firmamento (Is 66,1; Ex 24,10s; Sl 104,3). Mas Deus não está circunscrito à sua morada. Ele está presente em toda a parte (1Rs 8,27). Por isso “céu”é a vida divina repartida com os eleitos na eternidade. Esta realidade religiosa é expressa com imagens: nova Jerusalém, novo templo, Sião reconstruída, montanha santa, etc. (Is 4,2-6; 25,6-9; 60; Zc 2,14; Ez 37,26-28; Sl 48,2-4).
No NT céu substitui o próprio nome de Deus (Mt 5,16-20; 6,9; cf. 1Mc 3,18 e nota).
Nos céus está Cristo, nossa esperança (Ef 1,18-22; Cl 3,1-4; Jo 14,1-3). Por isso o céu é nossa herança (Fl 3,17-21; Cl 1,5.12; 1Pd 1,4; Lc 10,20; Mt 25,31-46). Quando a recebermos, viveremos de Deus (1Jo 3,2; 2Cor 5,4-8; Ap 5,6-12; 7,2-12; 14,1-3; 21). Ver “Retribuição”.

CIRCUNCISÃO.
Operação cirúrgica para remover o prepúcio, pele que cobre a glande do membro viril. A prática de caráter mágico de iniciação ao matrimônio, conhecida por muitos povos antigos, existe ainda hoje em tribos primitivas da África, América e Austrália. Os israelitas aprenderam a circuncisão dos egípcios. O uso da circuncisão não é simples prática higiênica (como a operação de fimose), mas um rito de puberdade que marca o início da idade viril. Em Israel a circuncisão se fazia já no oitavo dia do nascimento (Lc 1,59; 2,21); a partir do exílio, foi considerada um sinal da aliança (Gn 17,3-14), um rito de inserção no povo eleito (Ex 4,24-26; 1Mc 1,15 e notas).
Os profetas mostram ser mais importante do que a marca da carne a “circuncisão do coração”(Dt 10,16; 30,6; Jr 4,4; 9,25), que consiste na remoção dos obstáculos postos pelo homem em sua relação com Deus (Rm 2,29; 4,3.9.22; Cl 2,11).

CIÚME
Em sentido humano, é o zelo do homem pelos seus direitos conjugais (Pr 27,4), que pode submeter a esposa ao processo do ordálio (cf. Nm 5,11-31 e notas). Pode significar também inveja ou rivalidade (11,26-29; Sl 37,1). Em sentido religioso o termo indica o zelo pela causa de Deus (Nm 25) e, sobretudo, o amor apaixonado, exigente e exclusivista de Deus. Deus não admite concorrentes ao lado dele (Ex 20,5); propõe uma aliança exclusiva com seu povo (34,12-16), exigindo amor total e exclusivo (Dt 6,5.13-15). Deus defende com ciúme a honra de seu santo nome (Ez 36) e com zelo defende o seu povo (Is 9,6; 63,15).

CLÁUDIO
Nome do imperador romano (41-54 dC) que sucedeu a seu primo Calígula. O profeta Ágabo anunciou uma fome que devia vir para o mundo inteiro sob seu governo (At 11,28). No ano 49 dC Cláudio decretou a expulsão dos judeus de Roma, entre os quais estavam Áqüila e Priscila (18,2).

CLÉOFAS
Esposo da Maria que estava aos pés da cruz com a mãe de Jesus (Jo 19,25). Ele teria sido irmão de José, esposo de Maria, Mãe de Jesus; isto é, tio de Jesus. É distinto do outro Cléofas, um dos discípulos de Emaús (Lc 24,8).

COBRADOR DE IMPOSTOS
Ver “Publicano”.

CÓDICE
Inicialmente os livros eram escritos à mão, em rolos, isto é, em, tiras de papiro ou de pergaminho. Aos poucos surgiu uma nova técnica de fazer livros: as folhas avulsas de um documento escrito eram dobradas, colocadas uma sobre a outra e costuradas, dando origem ao “códice”. Quatro folhas, cada uma dobrada ao meio, davam um caderno de oito folhas ou dezesseis páginas. Tal técnica, já conhecida no séc. II aC, tornou-se comum nos manuscritos cristãos. São famosos os códices gregos da Bíblia, conhecidos pelos nomes Vaticano, Alexandrino e Sinaítico. Ver “Manuscrito”.

COMÉRCIO
Profissão perigosa porque leva facilmente à apropriação indébita dos frutos do trabalho alheio (Ez 26-28; Eclo 26,29; 27,1; Ap 18,15). Os abusos são denunciados e condenados (Dt 23,19; Pr 11,26; 20,10.23; Ez 18,18; Am 2,6s; 5,11s; 8,5s). Como proceder: Lv 19,35s; 25,14; Dt 23,13-16; Pr 11,1; 1Cor 7,30).

COMUNHÃO
Ver “Eucaristia”, “Participação”.

CONFESSAR
Significa professar a fé em Cristo (Rm 10,9; Fl 2,11), louvar a Deus pelas suas maravilhas (Lc 1,46-54.68-79; Mt 11,25-27), ou reconhecer os próprios pecados (Lv 5,5; Nm 5,7; 1Jo 1,9).
Quer nos sacrifícios da Antiga Lei, quer no batismo de João, as pessoas confessavam-se pecadoras (Lv 4; 23,26-32; Mt 3,6; Mc 1,4-5; Lc 3,3-14). Cristo, com efeito, veio para os que se confessam pecadores (Mt 9,13; 11,19; 1Tm 1,5). Os evangelistas contam-nos algumas destas confissões (Lc 5,8; 7,36-50; 19,1-10; Jo 4,5-42; Lc 15,11-32; 18,9-14). Os apóstolos falam da confissão dos pecados (1Jo 1,9-10; At 19,18; Jo 20,23; Mt 18,18; Tg 5,16).

CONFIRMAÇÃO
João Batista anunciava um batismo no Espírito e no fogo (Lc 3,16). O evangelista João fala dum renascimento da água e do Espírito (Jo 3,5; cf. 1Jo 2,20.27). O próprio Jesus anunciou um outro “Paráclito”(Jo 14,16.26; 15,26; 16,7-15; At 1,4-8).
No Pentecostes a ligação Espírito-fogo é evidente, bem como o tema da reunião frente à dispersão babilônica (At 2,1-13; 4,31-33; Gn 11,1-9).
Para os primeiros cristãos Batismo e Espírito estavam unidos (At 8,14-17; 19,1-7; 10,44-47; 9,17-18). Batizados e confirmados recebemos em nós o “selo”, a assinatura do Espírito Santo, como os hebreus a recebiam na carne pela circuncisão (Rm 4,11; Ez 9,4-7; Ap 9,4; Fl 3,3; 2Cor 1,14-22; Ef 1,13-14; 4,30; 1Jo 2,20-27).

CONSAGRAR
Retirar um objeto ou uma pessoa do uso profano, para transferi-los de modo permanente ao domínio de Deus (Ex 13,1; 30,29). Ver “Anátema”.

CONSCIÊNCIA
Esta realidade, sobretudo no AT, existe sob o nome de coração e rins. Estes últimos englobam o mundo passional do inconsciente. Deus é aquele que penetra e julga os rins e o coração (Sl 7,9-13; 16,7-9; 139; Jr 11,19-20; 12,1-3; 17,9-11; 1Rs 8,37-40; 1Jo 3,19-21; 1Sm 16,6-11; Jó 27,1-7). Afasta os corações endurecidos (Is 6,9-10; At 7,51-54; Jo 12,37-43).
A consciência arrependida é um coração despedaçado (Jl 2,12-17; Sl 51,18-19; 2Cr 6,36-39; 15,11-14). É preciso circuncidar o coração, evitando o formalismo (Jr 4,1-4; 9,24-25; Dt 10,15-17; Rm 2,25-29).
Deus dá um coração novo, isto é, uma nova consciência (Jr 31,31-34; 32,37-41; Ez 11,17-21; 36,23-28). Daqui a expressão “amar a Deus com todo o coração”(Dt 6,4-6; 10,12-13; 13,4-5; 30,1-6; Mt 22,34-37). Assim a moral do NT é uma moral interior, do “coração puro”(Sl 64,10-11; Mt 5,8.28; 6,1-6; 1Pd 1,21-23; Hb 9,13-14; 10,19-23; 1Cor 4,3-5; 2Cor 1,12-14; Rm 2,12-16; 13,5; 14,10-23).

CONVERSÃO
É a mudança moral, pela qual o homem renuncia à sua conduta anterior, volta-se para Deus e cumpre a sua vontade. Na pregação dos profetas conversão é abandonar o serviço dos ídolos, que leva a descuidar do serviço de Deus e da observância de seus preceitos (Jr 7; cf. 1Ts 1,9). Esta conversão, porém, não é obra humana, mas fruto da intervenção de Deus na vida moral do homem (Jr 24,7; 31,31-34; Ez 11,18-21; Os 14,2-10).
Tanto João Batista como Jesus começaram sua pregação exortando à conversão, em vista da proximidade do Reino de Deus (Mt 3,2; 4,17; Mc 1,15). Depois de Pentecostes os apóstolos convidam seus ouvintes à conversão para serem batizados (At 2,38; 20,21). Ver “Confissão” e “Penitência”.

CORAÇÃO
Além de órgão humano ou animal, o coração é visto como sede do homem interior (1Pd 3,4), conhecido por Deus (1Sm 16,7). É a sede da vida intelectiva, dos pensamentos (Dn 2,30), da fé e da dúvida (Mc 11,23; Rm 10,8s), enfim dos sentimentos e das paixões em geral (Dt 15,10; 20,3; 28,47; Rm 1,24). O coração é ainda a sede da vontade, da vida moral e religiosa (Lc 21,14; 2Cor 9,7; Gl 4,6). Por isso o coração representa o homem todo (Jl 2,13). Ver “endurecimento do coração”em Ex 7,3 e nota.

CORDEIRO DE DEUS
Ver “Cristo”.

CORPO MÍSTICO
A Santa Ceia inspirou Paulo a fazer da expressão “ Corpo de Cristo”o centro e a característica da caridade (1Cor 11,17-34; 10,16-17). Era um lugar comum tomar o corpo humano como tipo de solidariedade (1Cor 12,14.18.25.27; Rm 12,4-8; Cl 3,15). É o fundamento da castidade cristã (1Cor 6,13-17).
O Corpo místico é identificado com a Igreja, a reunião dos crentes; Cristo é a cabeça desta reunião. O Espírito Santo, a alma (Ef 1,22-23; Cl 1,18.19.24; 2,18-19; Ef 4,15-16).

CORREÇÃO FRATERNA
Se teu irmão se porta mal, repreende-o (Lc 17,3), mas antes olha para ti mesmo (Mt 7,1-5) e faze-o sempre com bondade (Eclo 19,17; Mt 18,15-17; Lc 23,40; 1Cor 4,14; Gl 2,11; 6,1; 1Ts 5,14; 1Tm 5,1-2; Tg 5,19-20). Devemos aceitar a correção com humildade (Sl 141,5; Pr 12,1; Eclo 21,6; Mt 18,15-17).

CRIAÇÃO
O tema constitui uma das noções básicas da fé de Israel. A Bíblia projeta na contemplação da criação a experiência da Aliança e da sua vivência religiosa. Assim, o autor inspirado conforme seja um narrador ou um poeta, um sábio, um sacerdote, um cantor, admirará na criação ora a onipotência divina, ora a sua sabedoria, ora o seu governo real, ora a sua manifestação.
A mais antiga narração da criação é do séc. X aC. Numa linguagem popular, atribui a Deus a criação do ser humano e pretende responder a vários “porquês”: da vida a dois, do trabalho, da dor (Gn 2,4-25). Um poeta admira a onipotência de Deus na criação (Jó 38,1–40,5; 26,5-14; Sl 89,10-13). Louva a Deus com entusiasmo pela grandeza de seu poder criador (Sl 8; 19,3-7; 104), pois ele criou todas as coisas do nada (cf. 2Mc 7,28 e nota). Louva a Deus pela sabedoria da criação (Is 40,12-17; Pr 8,22-35; Eclo 43,33; Sl 19,1-3).
Deus é o criador do mundo (Jr 27,5; 31,35) e da história (Is 22,11; 37,26). Na literatura pós-exílica as afirmações sobre o poder criador de Deus são mais freqüentes. Ele cria o universo pela sua palavra (Sl 33,6-9; 148,5; Is 40–55) e renova a criação, realizando a salvação prometida (Is 41,20; 45,8; 48,7) e transformando o coração do homem arrependido (Sl 51).
No NT sabemos que tudo foi criado em Cristo e por Cristo (1Cor 8,6; Cl 1,16; Hb 1,2), e que a sua obra redentora é uma nova criação (Rm 8,18-22; 1Cor 15,45-48; 2Cor 5,17; Ef 4,24; Tg 1,18; 2Pd 3,13; Ap 21,1-5; cf. Is 65,17-18).

CRISMA
Ver “Confirmação”.

CRISTÃO
O nome vem de Cristo, o Ungido. Deve ter sido dado pelos magistrados romanos aos seguidores de Jesus Cristo. Esta denominação foi dada aos discípulos de Jesus pela primeira vez em Antioquia da Síria (At 11,26; cf. 26,28; 1Pd 4,16).

CRISTO
O termo de origem grega significa “ungido”e traduz o termo hebraico “messias”. Os sumos sacerdotes (Lv 4,3-16; 6,15) e os reis de Israel (1Sm 12,3-5; 24,7.11) eram chamados “ungidos”. Os discípulos de Jesus deram-lhe o nome de “Cristo”(Ungido), reconhecendo-o como o messias prometido (Jo 1,41; 4,25; Mt 16,16).
Em alguns textos Jesus é diretamente chamado “Deus” devido ao monoteísmo hebraico (Jo 1,1; 20,28). Cristo exprime sua divindade com a expressão “Eu sou” (Jo 8,24.28.58; 13,19; cf. Ex 3,14; Is 43,10-13).
É o Filho de Deus: O povo de Israel (Ex 4,22; Os 11,1; Is 1,2; 30,1; Jr 3,22; Is 63,16); o rei e certos chefes (2Sm 7,14; Sl 2,7); os anjos e os justos (Sb 5,1-5; 2,13-18; Jó 1,6) são chamados também filhos de Deus. Jesus recebe este título no batismo (Mc 1,11) e na fidelidade à sua missão (Mc 9,7; 15,39).
Cristo é a fonte de água viva (1Cor 10,1-11; Jo 2,1-11; Ap 21,6; Jo 19,34-37; 7,37-39; Ap 22,1-2) e a Luz dos povos (Lc 1,78s; Jo 1,4-13; 8,12; 9,1s; 12,46-47; At 13,46-47; 26,22s; 1Ts 5,2-7; Ap 21,22-27; 22,16; cf. Is 9,1-6; 42,6-9; 60,1-9).
Cristo é o “Senhor”(Kyrios), título que proclama a divina soberania de Jesus (1Cor 8,5-6; At 10,36; Rm 10,2; 14,7-10; Fl 2,10-11; Jo 20,24-28; 21,7.15-17). Por isso o temor de Javé (Senhor, nesta Bíblia) passa a ser temor do “Senhor”(At 9,31; 2Cor 5,11; Ef 5,21). A “glória”de Javé transforma-se na glória do “Senhor”(Jo 1,14; 2,11; 1Cor 2,8; 2Tm 4,18; 1Tm 3,16; Fl 2,9-11). O dia de Javé –anunciado pelos profetas –passa a ser o “Dia do Senhor”(At 2,20; 17,3; 1Cor 1,8; Fl 1,6-10).
Cristo é o bom Pastor (1Sm 16,10-16; 17,33-37; Ez 34; Mt 25,31-33; Ap 12,5; 19,15; 1Pd 5,4; Jo 10,1-18; Lc 15,1-7); o juiz misericordioso (Lc 7,37; 9,10; 19,5; Jo 8,3; 10,11) e justo (Mt 24,30s; Jo 5,22; At 10,42; 17,31; Rm 2,16).
É a imagem visível do Deus invisível, o novo Adão, a divina Sabedoria (Sb 7,6); é a imagem da “glória”ou resplendor de Deus (2Cor 4,1-6; Cl 1,15); batizados em Cristo, também somos suas imagens (2Cor 3,18; Cl 3,1-11; Rm 8,29; 1Cor 15,49).
Cristo é o Servo do Senhor (Lc 22,20.37; Jo 13,1-15; At 8,30-35; 1Pd 2,21-25; cf. Is 52,13–53,12); manso como um cordeiro, sofre pelos pecados do seu povo (cf. Jo 1,29.36; 1Pd 1,19; Ap 5,6; 8,12).
É o Salvador do mundo (Is 62,11; Zc 9,9; At 5,31; Fl 3,20; Lc 19,10; 1Jo 4,10), a luz do mundo (Mt 4,16; Lc 2,30-32; Jo 8,12; 1Jo 1,5). É aquele que nos remiu do erro e da ignorância (Lc 1,79; Jo 1,9; 3,19; 8,12; 12,46), do pecado e conseqüências (Jo 8,51; Rm 3,24s; 4,25; 5,6-9; Cl 1,14; 1Pd 1,18s; 2,24; 1Jo 1,7; Ap 1,5; 5,9). Ver “Palavra”.

CRUZ
Instrumento romano de tortura, reservado para escravos e criminosos. Para os judeus o supliciado na cruz era considerado maldito (Dt 21,23; Gl 3,13). Mas, depois que Jesus foi supliciado na cruz, esta se tornou o símbolo religioso do seguimento humilde e abnegado de Cristo. Seguir a Jesus e tomar a própria cruz são elementos inseparáveis da vida cristã (Mt 10,38; 16,24; Lc 9,23.57-62; Gl 5,24).
Tomar a própria cruz se concretiza no martírio e na ascese (Fl 3,17-18; Gl 5,24; Ap 11,8; Mt 23,34; Gl 2,19-20; Jo 3,14-15). Escândalo para os judeus (Gl 5,1) e loucura para os pagãos (1Cor 1,18-23), a cruz é um resumo de todo o Evangelho (Gl 6,12-14). Por meio dela nos veio a redenção (At 5,30s; Gl 3,13). Carregando a própria cruz, o homem participa dessa redenção (Ef 2,14-16; Cl 1,20; 2,14), pois crucificado com Cristo pelo batismo obtém a vida pela fé (Gl 2,19; Rm 6,6).

CULTO
O NT representa um esforço de espiritualização do culto. Em vez do Templo de pedra, Cristo e os cristãos são templos de Deus (Jo 2,13-22; 4,23-24; Mc 14,58; 15,29-30; 1Cor 6,19; Ap 21,22; 1Cor 3,16; 2Cor 6,16.
Quanto ao culto das imagens, ver “Cristo, imagem visível do Deus invisível.”Depois de Cristo é o homem, a imagem de Deus (Gn 1,26-27; 1Cor 11,7).
Espiritualizar o culto é centrá-lo na caridade e na verdade (Mt 9,13; Lc 11,41-42; Tg 1,26-27; Rm 12,1-13; Fl 2,17; 4,18).
A princípio, os cristãos observavam o sábado, como também subiam ao Templo (At 2,46; 3,1; 5,20-25). Mas depressa se impôs o Domingo, dia da Ressurreição (At 20,7; 1Cor 16,2; Mc 16,1; Mt 28,1; Lc 24,1; Jo 20,1; Cl 2,16; Ap 1,10). Por isso, não devemos manter as festas da Antiga Aliança (Cl 2,16.20; Gl 4,3.10).
A liturgia cristã toma elementos sinagogais: leituras, cantos e hinos (Cl 3,16; Ef 5,14-19; 1Tm 3,16; Ap 4,8; 15,3-4). Mas a “fração do pão”toma o lugar central (At 20,7.11; 1Cor 10,16; 11,20.25).
Além da “fração do pão”ou eucaristia, aparece o batismo por imersão, proclamação da Ressurreição (Ef 2,15; 5,26; Tt 3,5-7; Rm 6,3-8; 8,11; 1Cor 12,13).Ligado com a Ressurreição, está o rito da remissão dos pecados (Mt 18,18; Jo 20,22-23; Lc 24,47; Tg 5,16).
Era também freqüente o gesto sagrado da imposição das mãos (1Tm 4,14; Mt 19,15; 2Tm 1,6; At 6,6; 8,17s; 13,3). Ver “Sábado”.

Letra B

LETRA B

BAAL
Termo hebraico que significa “senhor”. É o nome do deus mais importante e mais popular da Síria, Fenícia e Canaã. Este deus era considerado o senhor do céu e, conseqüentemente, o deus da chuva, da vegetação e da fertilidade em geral. Seu culto sempre atraiu os israelitas (1Rs 16,31-33; 18,20s), apesar de combatido pelos profetas (Jr 2,23; 11,13; Ez 6,4-6; Os 13,1-6). Baal é também o nome genérico das divindades de Canaã (cf. Jz 2,11 ).

BABILÔNIA
Ou “Babel”, é a capital da Babilônia. Babel significa “porta de Deus”. Mas a etimologia popular da narrativa da torre de Babel (cf. Gn 11,1-9 e nota) deturpou o sentido para “confusão”. Para a Babilônia foram deportados os judeus ao ser destruída Jerusalém em 587 aC (2Rs 25). Na literatura apocalíptica, Babilônia-Jerusalém se contrapõem como Anticristo-Cristo (Gn 11,2-9 e At 2,5-12). Babilônia é a cidade da técnica, Jerusalém da graça; Babilônia é a prostituta, Jerusalém, a esposa (Ap 17,1-5; 19,2; 21,2). Esta Babilônia, nome simbólico de qualquer nação hostil a Deus, está constantemente em luta com a Igreja (Ap 17,18; 1Pd 5,13).

BALAÃO
Profeta pagão, muito famoso na Transjordânia (cf. Nm 22,5 ), contratado pelo rei de Moab para amaldiçoar os israelitas, prestes a conquistar Canaã (Nm 22-24). A narrativa popular mostra como Deus se serviu de uma mula para levar Balaão a abençoar Israel.

BARNABÉ
Apelido, que significa “filho da consolação”(At 4,36), dado a José, um levita de Chipre, convertido ao cristianismo. Era um modelo de generosidade e vivia em Jerusalém. Foi ele quem acolheu Saulo, recém-convertido, e serviu de intermediário entre Saulo e os apóstolos (9,27). Foi companheiro de apostolado de Paulo até o concílio dos apóstolos (11,22-30; 13–14; 15,2-30; Gl 2,1.9). A partir da segunda viagem separou-se de Paulo (At 15,36-39), com quem voltou a colaborar mais tarde (1Cor 9,6).

BARTOLOMEU
Nome de um dos doze apóstolos (Mt 10,3; At 1,13). Provavelmente deve ser identificado com Natanael (Jo 1,45).

BATISMO
Banhos sacros de purificação de impurezas morais ou rituais, ou para conceder forças vitais, eram conhecidos por vários povos antigos. Na religião israelita a imersão na água era usada para a purificação da lepra curada (Lv 14,8), para tirar a impureza sexual (15,16-18) ou resultante do contato com um cadáver (Nm 19,19). Tal rito purificatório, aplicado aos prosélitos, tornou-se uma espécie de rito de iniciação do judaísmo, quase tão importante como a circuncisão. Semelhante ao batismo dos prosélitos é o batismo administrado por João Batista. Mas sua característica é o forte apelo à conversão moral, que prepara a vinda do Reino de Deus (Mc 1,4). João Batista batiza apenas em água, sem o espírito. Por isso seu batismo é imperfeito (Mt 3,11; At 1,4s), o mesmo acontecendo com o batismo que os Doze administravam, antes do dom do Espírito (Jo 4,1-2; 7,37-39).
O batismo cristão é considerado superior ao de João porque não é feito apenas com água, mas com o Espírito Santo (Mt 3,11; Jo 1,33; At 1,5; 11,16). A associação água-espírito já aparece nos profetas (Ez 36,25-26; Jl 3,1-2; Is 32,15-18; 55,1-10), e se verifica no Batismo de Jesus, que constitui a sua investidura messiânica (Mt 3,13-16; Jo 1,29-34).
Batismo e fé: Para salvar-se é preciso ter fé (Jo 3,36; Rm 10,9-11; Mc 16,16) e ser batizado (Rm 6,3-7; Tt 3,4-5; Jo 3,5; 4,2-30). Por isso se batizavam até os mortos (1Cor 15,29). Daqui o trinômio: Pregação, Fé, Batismo (Hb 6,1-2; 10,22; Mt 28,19).
Batismo e Igreja: o batismo incorpora à Igreja (1Cor 12,12-13; 10,1-2); é o sacramento das bodas de Cristo com a Igreja (Ef 5,25-27); é um revestimento de Cristo (Gl 3,27); é um sepultar-se com ele (Rm 6,1-11; Cl 2,11-13); perdoa os pecados, concede o dom do Espírito e a participação na Ressurreição de Cristo (At 2,38; Cl 2,2; Rm 6,3-11; 1Pd 3,21). Ver “Ablução”, “Penitência”.

BEM-AVENTURANÇAS
As bem-aventuranças são um tema da literatura sapiencial. São a ciência da felicidade. Bem-aventuranças aplicadas à felicidade humana (Sl 127; 128; Eclo 25,8-11; 26,1-4).
Israel é feliz por ter a Deus como o rei (Sl 33,12-17; 144,15; Br 4,4; Dt 33,29). O rei era considerado fonte de felicidade para os seus vassalos (1Rs 10,8).
A observância da Lei torna o homem feliz (Sl 1; 119,1-2; 106,3; Is 56,2; Pr 29,18). O mesmo sucede com a meditação da sabedoria (Pr 3,13; 8,32-33; Eclo 14,2); ou com o temor de Deus (Sl 119,1-2; 128,1; Eclo 25,8-11); ou com a confiança nele (Sl 2,12; 34,9; 84,13; Pr 16,20).
Partindo da experiência de que nem o justo é, às vezes, feliz neste mundo, os profetas proclamam a bem-aventurança dos que virem os últimos tempos (Dn 12,12; Is 32,20; Eclo 48,11; Tb 13,14-16; Ml 3,12-15).
No NT, muitas bem-aventuranças declaram que a felicidade está à porta, pois chegaram os últimos tempos (Mt 13,16; Lc 1,45; 11,27-28; Jo 20,29). Neste sentido Jesus proclamou as bem-aventuranças: O Reino traz a felicidade aos cegos, aos que choram, etc. Lc 6,20-26 deu-lhes uma feição social (cf. Lc 4,18-19; 14,13s; 1Pd 3,14; 4,14) e Mateus, uma dimensão moral, a justificação (Mt 5,3-11).
As bem-aventuranças do Apocalipse conservam a sua característica escatológica (Ap 14,13; 16,15; 19,9; 20,6; 22,7.14).

BELZEBU
Significa “senhor do esterco”, isto é, dos sacrifícios oferecidos aos ídolos. É o nome do deus cananeu, chamado no AT Baal-Zebub ("senhor das moscas"), divindade da cidade filistéia de Acaron. No NT “Belzebu”era o nome que os fariseus davam ao príncipe dos demônios (Mc 3,22; Mt 12,24s).

BÊNÇÃO
Pode ser entendida como louvor do homem que bendiz a Deus por suas obras ou benefícios recebidos. Tal tipo de bênção (bendição) é freqüente nos Salmos. Bênção é também a ação de Deus em relação ao homem, enquanto objeto de seus benefícios, como a vida, a fecundidade, a paz e o bem-estar em geral (cf. Sl 131; 134). Na Bíblia a bênção pode ser pronunciada pelo homem. Assim, os sacerdotes abençoam diariamente os israelitas (cf. Nm 6,23-27 e nota); os patriarcas abençoam os filhos antes de morrer (Gn 9,26s; 27,27-29; 49; Dt 33). O homem pode ser também intermediário da bênção divina, como Abraão, escolhido para nele ser abençoada toda a humanidade (Gn 12,1-3).
No Antigo Oriente as fórmulas de bênção ou de maldição eram consideradas eficazes, no sentido de que realizavam o que diziam, sobretudo quando escritas (cf. Nm 5,23). Por isso, os códigos de leis e tratados de aliança eram concluídos com fórmulas de bênção e maldição (cf. Lv 26; Dt 28 e notas). Sua finalidade era impedir o desprezo das leis ou a violação dos tratados e promover a fiel observância dos mesmos.
A vontade de Deus é que a bênção tome o lugar da maldição (Ez 34,24-30; Zc 8,13; Is 44,3; 53,1-12). Isto se deu em Jesus: fazendo-se por nós maldito, cobriu-nos de bênçãos divinas (Gl 3,10-11; 1Pd 2,22-24; cf. Rm 8,3; 2Cor 5,21).

BERSABÉIA
O nome hebraico significa “poço dos sete”ou “poço do juramento”. É uma antiga cidade cananéia do sul da Palestina, onde se prestava culto ao Deus Eterno (Am 5,5; 8,14). O santuário foi venerado por Abraão (Gn 21,21-23), Isaac (26,23-33) e Jacó (46,1-4). Ali os filhos de Samuel foram juízes (1Sm 8,2). Bersabéia marca o extremo sul do limite de Israel (2Sm 3,10).

BETÂNIA
Subúrbio de Jerusalém, vizinho de Betfagé, na estrada romana que na encosta do monte das Oliveiras descia pelo deserto até Jericó. No vilarejo, existente até hoje ("túmulo de Lázaro"), moravam Lázaro, Marta e Maria (Lc 10,38; Jo 11,1) e Simão o Leproso (Mt 26,6); lá passou Jesus na entrada em Jerusalém (Mt 21,17; Jo 12,1-8) e na Ascensão (Lc 24,50).
Uma outra Betânia, lugar de atividade de João Batista, ficava na margem oriental do Jordão (Jo 1,28); sua localização é discutida: ou no sul do vale do rio Jordão, na altura de Jericó, ou no norte, na altura de Betsã.

BETEL
Em hebraico “casa de Deus”. Nome de um antigo santuário cananeu, antes chamado Luza. Tornou-se famoso, pois ali Abraão prestou culto a Deus (Gn 12,8; 13,3s) e Jacó teve a visão da escada que unia a terra ao céu (Gn 28,10-22; 31,13; 35,1-16). O rei Jeroboão I, após a divisão do reino de Salomão, mandou colocar em Betel a estátua de um bezerro de ouro (1Rs 12,26-30). Por isso os profetas passaram a chamar o lugar de Bet-Áven, “casa da iniqüidade”ou da nulidade, isto é, dos ídolos (cf. Os 4,15).

BÍBLIA
. Nome dado ao conjunto dos livros inspirados do AT e do NT, originariamente escritos em hebraico, aramaico e grego. O termo vem do grego tá Biblia, “os livros”. Estes livros são o patrimônio espiritual do judaísmo e das igrejas cristãs.
A Bíblia foi escrita ao longo de mil anos, mas sua inspiração é atestada só pelo final do I século, em 2Tm 3,16s e 2Pd 1,21. Mas bem cedo se recomendava sua leitura (Ex 24,7; Dt 17,19; Js 1,8; Is 34,16; Jo 5,39; At 8,28; Rm 15,4; 2Cor 1,13; Ef 3,3s). Sendo um livro inspirado, deve ser lido com piedade e humildade (Eclo 32,15; Mt 11,15; 13,11; 1Cor 2,12-14; 2Tm 3,7.16). Sendo um livro antigo, escrito por um povo de cultura diferente da nossa, que trata dos planos de Deus a respeito dos homens, a Bíblia carece de interpretação (Sb 9,16-18; Mt 13,11; Mc 4,34; Lc 24,45; At 8,30s; 1Cor 12,30; 2Pd 1,20; 3,15s. Sendo um livro assumido pela Igreja como fonte de revelação, necessita também de sua interpretação oficial (Ml 2,7; Mt 16,18; 28,19s; Lc 10,16; Jo 14,16.26; 16,13; 20,22s; Ef 2,20; 1Tm 3,13). Ver “Revelação”e “Como ler a Bíblia com proveito”, Introdução Geral desta Bíblia.

BISPO
As Igrejas judeu-cristãs parece que eram governadas por um colégio de presbíteros ou anciãos, ao estilo das sinagogas (At 11,29-30; 14,23; 15,2.4.6.22s; 20,17; 1Pd 5,1-4; Tg 5,14). Tiago, em Jerusalém, aparece como o presbítero dum colégio de presbíteros ou anciãos (At 12,17; 15,13; 21,18; Gl 1,18-19; 2,9.12).
Nas Igrejas de origem pagã, fundadas por Paulo, aparecem os episcopoi, “epíscopos”ou “bispos”, palavra que significa “vigilantes”, “inspetores”(At 20,28; comparar 1Tm 3,2 e Tt 1,7 com 1Tm 5,17 e Tt 1,5.7). Paulo ordenou alguns dos seus discípulos como “inspetores apostólicos” (2Tm 1,6; Tt 1,5; 1Tm 4,14; 2Cor 8,15-24).
Existia a hierarquia constituída pela imposição das mãos (1Tm 4,14; 2Tm 1,6-7) e a “pneumática”, sujeita aos apóstolos (1Cor 12,4-11.28-29; 14,26-40).
Portanto, no séc. I, sob a dependência dos apóstolos, as Igrejas tiveram diversas formas de governo. No séc. II, como no-lo testemunham os documentos da Tradição, aparece o episcopado monárquico. A doutrina católica sobre o episcopado foi recentemente exposta pelo Concílio Vaticano II (LG, n. 18-19). Ver as notas de At 20,28 e 1Tm 3,2.

BITÍNIA
Região no noroeste da Ásia Menor, no litoral do mar Negro. Com o Ponto formava uma província romana. Durante a segunda viagem missionária Paulo e Timóteo pretendiam visitar esta região, mas foram impedidos pelo Espírito (At 16,6-10).

BLASFÊMIA
É o ultraje dirigido a Deus, a própria pretensão de ocupar o seu lugar, ou de falar em seu nome sem autorização (Dt 18,20-22). Na Bíblia, é condenada a blasfêmia e o blasfemador considerado digno de morte (Ex 20,7; Lv 24,13.22; Mt 27,39-44; Ap 13,6; 16,11). Pessoas justas foram acusadas de blasfêmia para serem condenadas à morte: Nabot, proprietário de um sítio cobiçado pelo rei Acab (1Rs 21,1-16); Jesus Cristo (Mc 14,60-64); Estêvão, o primeiro mártir cristão (At 7,54-60).

BOAS OBRAS
Exortação para praticá-las: Pr 21,3; Mq 6,8; Mt 3,10; 5,16; 7,17.21; Tg 2,14-22. Prêmio prometido: Pr 11,18; Eclo 35,13; Is 3,10; Mt 6,6; 16,27; 20,8; 25,14-26; Rm 2,6s; 1Cor 3,8; 15,28; 2Cor 9,6; Ap 22,12. São os “frutos do Espírito Santo”(Jo 15,1-6; Gl 5,5-25; Rm 6,20-23; Mt 7,16-20), esperados por Cristo (Mc 11,12-25; Mt 21,18-19; Lc 13,6-9). Ver “Justiça”.

BODE EXPIATÓRIO
É o macho caprino que no Dia da Expiação levava simbolicamente os pecados do povo para o deserto (Lv 16,7-20), onde segundo a crença popular morava o espírito mau de Azazel (cf. Lv 11,8 e nota: Mt 12,43).
Ao lado da idéia da necessidade de sacrifícios para expiar pecados aparece outra, na qual se dispensa o derramamento de sangue para perdoar pecados (Ex 34,6-7; Ez 18,21-23; Mt 6,12-14s; Hb 7,26-27; 1Jo 1,9; Ap 21,22. Ver “Expiação”e “Sacrifícios”.

Letra A

AARÃO
Membro da tribo de Levi, irmão de Moisés e de Maria (Ex 4,14; 15,20). Foi um notável colaborador de Moisés (17,8-15; 24,1-11), seu porta-voz perante os israelitas e o Faraó (4,14-16.27-30; 5,1-5). Foi pecador, por isso seu sacerdócio foi caduco (32,1-6.25-29; Nm 12,1-13; At 7,39-41; Hb 7,11-14). A tradição sacerdotal vê nele o primeiro Sumo Sacerdote (Ex 29,1-30) e o antepassado da classe sacerdotal (28,1; Lv 1,5). Dentro da tribo de Levi, Aarão e seus descendentes concentram em si o sacerdócio (Lv 13-14; Nm 18,1-28; Ex 30,19-20). No NT o sacerdócio de Cristo é considerado mais perfeito que o de Aarão (Hb 7,11.23-27).

ABEL
Segundo filho de Adão e Eva. Era pastor e de seu rebanho oferecia sacrifícios agradáveis a Deus. Seu irmão Caim, que era agricultor, construtor de cidades (Gn 4,17) e pai da civilização (4,22), o assassinou por inveja (4,2-8). Por causa de sua fé e justiça Abel tornou-se modelo do mártir cristão (Hb 11,4; 1Jo 3,12). Seu sangue lembra o sangue purificador do justo Jesus (Hb 12,24; Mt 23,35).

ABIRAM
Era membro da tribo de Rúben. Com seu irmão Datã e o apoio de Coré, revoltou-se contra a liderança de Moisés e os privilégios do sacerdócio de Aarão. Mas foram punidos por Deus e tragados pela terra (Nm 16,1-40; Sl 106,16-18).

ABLUÇÃO
A impureza legal do AT nada tem a ver com a impureza moral (Ex 19,10-14; Lv 15,5-13; Dt 23,1-12; Ez 44). Mas os profetas insistem mais na pureza de coração (Is 1,16-17; Ez 36,25-27). Jesus e os apóstolos estavam em conflito com as abluções dos judeus (Mc 7,1-8). A palavra de Deus é que purifica (Jo 15,3) e o sangue de Cristo nos lava de toda a mancha (Jo 13,6-15; Hb 10,19-22; Ap 7,14). Ver “Puro-Impuro”.

ABOMINAÇÃO.
Termo de desprezo para indicar uma estátua de um ídolo (Dt 7,25; Sb 12,23). Em Ezequiel indica as práticas idolátricas em geral.


ABOMINAÇÃO DA DESOLAÇÃO.
Nome desonroso que os livros de Daniel e Macabeus usam para designar o altar pagão que Antíoco Epífanes (168 aC) mandou erigir no templo de Jerusalém em homenagem a Baal Chamem (Senhor dos Céus), equivalente aramaico de Zeus Olímpico (cf. 1Mc 1,54; Dn 11,31 e nota). No NT o termo caracteriza a atividade blasfemadora do Anticristo antes da segunda vinda de Cristo (2Ts 2,3-8; Lc 21,14.20).

ABRAÃO.
É o mais antigo dos patriarcas e antepassado do povo de Israel (Gn 11–25). Atendendo à ordem de Deus, deixou Ur dos caldeus e, na primeira metade do segundo milênio aC, emigrou para Canaã. Ali Deus fez com ele uma aliança, prometendo uma terra e uma grande descendência. Quando estava em idade avançada, Sara sua esposa lhe deu um filho, Isaac. Mas Deus o submeteu à prova pedindo que lhe sacrificasse o filho único. Justificado por sua fé (Gl 3,6s; Rm 4,1-13), Abraão tornou-se um modelo de fé e o pai de todos os crentes (4,18-22; Hb 11,8-19).

ACAIA
Província romana que compreende a parte central da atual Grécia (At 18,12.27), onde Paulo pregou o Evangelho durante a segunda e a terceira viagem missionária (At 17-19).

ADÃO
É o nome do primeiro ser humano (Gn 4,25–5,5), criado à imagem de Deus. Em hebraico adam significa “ser humano”, “gênero humano”, e adamah, “terra”. Este sentido coletivo do termo está presente no relato de Gn 2–4. Mas os LXX e a Vulgata o interpretaram erroneamente como nome próprio, a partir de Gn 2,19. Por sua origem o homem é terra (2,7) e, ao morrer, voltará a ser terra (3,19); enquanto vive deve cultivar a terra que é a sua morada (2,5; 3,17.23). Criado para viver no jardim do Éden, em companhia de Eva e na presença de Deus, Adão de lá foi expulso por causa de sua desobediência. Com esta desobediência o pecado e a morte entraram no mundo. Mas Cristo, o novo Adão, por sua obediência obteve a graça e a ressurreição de todos os homens (Rm 5,12-21; 1Cor 15,20-22.25-49). Ver as notas em Gn 2,7 e 4,26.

ADOÇÃO
São raros os casos de adoção no AT. E são reservados aos filhos da concubina (Gn 30,1-13; cf. 49,1-28). Colocar o filho sobre os joelhos era um rito de adoção (Gn 48,1-13; 50,23; Rt 4,16-17). O povo de Israel é o filho adotivo de Deus (Ex 4,22s; Jr 3,19; Os 11,1; Dt 14,1; Rm 9,4). Os profetas lembram a Javé sua paternidade (Is 63,16-18; 64,7-9). O “nascer do alto”, mediante a água e o Espírito Santo, é o sinal da adoção divina (Jo 3,3-7). Cristo resgatou os que estavam escravizados pela lei de Moisés e lhes deu uma adoção filial, que supera a jurídica, mediante o Espírito (Gl 4,4-7; Rm 8,14-29; 2Pd 1,4). Devemos viver, portanto, como filhos de Deus (Fl 2,15-16; 1Pd 1,13-17), deixar-nos corrigir por ele quando pecamos (Hb 12,5-11) e a ele voltar como o filho pródigo (Lc 15,11-32). Na oração devemos importuná-lo como a um pai (Mt 6,7-15; 7,7-11). Ver “Batismo”.

ADORAÇÃO
Somente a Deus se deve adorar (Ex 20,3-5; 2Rs 17,36; Mt 4,10; At 10,25-26) e Jesus Cristo (Mt 28,17; Fl 2,9-11; Hb 1,6). Ver “Culto”.

ADULTÉRIO
É toda relação sexual extraconjugal do homem ou da mulher casados. No AT, a mulher é considerada propriedade do marido e a virgem, antes do noivado, propriedade do pai. Por isso o adultério da mulher e a defloração duma virgem são um crime contra a lei e contra o direito da propriedade (Ex 20,14; 22,15-16), punível com a morte (Dt 22,22-29). O povo eleito, infiel a Deus, é comparável à mulher adúltera (Os 1–3; Jr 2–3; Ez 16). Jesus condenou o adultério, até o simples desejo de cometê-lo (Mt 5,27s; 19,3-9), mas perdoou à mulher adúltera (Jo 8,1-11). O cristão é membro de Cristo, templo do Espírito Santo e vive uma vida nova na luz; por isso não deve profanar-se com o adultério e a fornicação (1Cor 5; 6,12-19; Ef 4,17–5,20). Ver “Divórcio”.

AGRIPA
São dois os personagens conhecidos por este nome:
1. Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande e Mariamne I. Nascido no ano 10 aC, em 37 tornou-se tetrarca da Ituréia e Abilene; em 39, da Galiléia e Peréia; em 41, da Judéia e Samaria, e recebeu o título de rei. Em 44 morreu de repente em Cesaréia, após ter perseguido a comunidade cristã (At 12,1-23).
2. Herodes Agripa II (27-29), filho de Agripa I. Em 53 tornou-se tetrarca da Ituréia e Abilene e, como tal, escutou a defesa de Paulo reconhecendo sua inocência (At 25,13-26.32).

ÁGUA
Sendo a água indispensável para a vida dos homens (Ex 23,25), animais (Gn 24,11-20) e plantas (1Rs 18,41-45), é vista como um dom salvífico de Deus. Ele a concede abundante aos que deseja salvar (Ex 17,5s; Is 12,5). Mas ela lhe serve também de instrumento de punição para os inimigos, como no dilúvio (Gn 6–8) e no êxodo (Ex 14–15).
Usada na limpeza física, a água serve também na purificação cultual (Ex 30,17s; Lv 16,4.24) e ritual (Nm 19,11-22). Para os tempos escatológicos Deus promete derramar sobre o povo águas purificadoras, acompanhadas de seu Espírito (Ex 36,25-27; Is 44,3; Zc 13,1s).
No NT João Batista se serve da água para o seu batismo de penitência (Mc 1,8-11). O batismo cristão é fonte de regeneração e renovação do Espírito Santo (Tt 3,5). Os que a ele se submetem são purificados de seus pecados e recebem o Espírito Santo (At 2,38; 1Cor 10,1s). Cristo promete fazer jorrar a água viva de seu Espírito para os que nele crêem.

ALELUIA
É uma exclamação litúrgica em Tb 13,22 e especialmente nos Salmos (Sl 111–112; 104–105; 115–117; 146–150). O termo significa “louvai ao Senhor”. É pois um convite do salmista para participar no alegre louvor de Deus, que passou para o uso da liturgia cristã.

ALIANÇA
Na época da monarquia de Israel (1030-587) a relação entre Deus e o povo passou a ser vista como um pacto de mútuo amor e fidelidade. Mas não como um pacto entre duas partes iguais, pois a iniciativa cabe unicamente a Deus. É ele quem escolhe gratuitamente Israel como seu povo. Em virtude desta eleição e aliança, Israel contrai obrigações.
O historiador sacerdotal (séc. VI aC) descreve a história salvífica desde a criação até à época de Moisés como uma sucessão de alianças divinas. Após o dilúvio, Deus faz com Noé uma aliança de caráter universal, que tem como preceito a proibição de comer sangue (cf. Gn 9,1-17 e nota). Após a dispersão de Babel, Deus faz aliança com Abraão, restringindo o seu plano salvífico aos descendentes do patriarca, que são obrigados a praticar a circuncisão (cf. Gn 17,3-14 e nota). Esta aliança inclui a promessa de descendência e duma terra (Gn 12,3-7; 15,1s; 22,16-18; 50,24; Sl 105,8-11). Depois da opressão do Egito, Deus sela com Israel a aliança do Sinai (cf. Ex 24,3-8 e nota), por meio do rito de sangue. Assim Israel nasceu como povo livre (Lv 26,42-45; Dt 4,31; Eclo 44,21-23) e comprometido em observar os mandamentos e a Lei (Ex 20,1; 20,22–23,33 e nota; Dt 5,1-21). Em contrapartida, Deus promete fazê-lo seu povo particular (Ex 19,4-8) e cercá-lo com sua proteção (Dt 11,22-25; 28,1-14).
Mas o povo foi muitas vezes infiel aos compromissos desta aliança. Os profetas denunciaram a infidelidade e anunciaram o exílio como castigo. Ao mesmo tempo, porém, prometeram uma nova aliança para os tempos messiânicos; ela será como um novo vínculo matrimonial entre Deus e Israel (Os 2,20-24), e a Lei será inscrita nos corações humanos transformados (Jr 31,33s; 32,37-41; Ez 36,26s).
Esta aliança cumpriu-se com a vinda de Cristo e foi selada pelo seu próprio sangue (Mt 26,28; Hb 9,20; 1Cor 11,25). Na nova aliança o pecado será apagado (Rm 11,27), os corações humanos serão transformados pelo Espírito Santo (5,5) e Deus passará a habitar entre os homens (2Cor 6,16).
Em grego o termo “aliança”significa também “ testamento”, ou última vontade que entra em vigor com a morte do testador. Por isso, a nova aliança inaugurada por Cristo é chamada também “Novo Testamento”, em contraposição com a antiga aliança ou “Antigo Testamento"(Hb 9,16). Ver: Testemunho ou documento da aliança em Ex 25,16 e nota; o matrimônio como aliança em Ml 2,14 e nota.

ALMA
. Não é noção bíblica, mas grega. Ver “Carne”, “Homem”.

ALTAR
Feito de terra ou de pedras (Ex 20,24), o altar servia em geral para oferecer sacrifícios; ocasionalmente é um monumento que lembra experiências religiosas dos patriarcas (Gn 12,8; 13,8; 26,25; 33,20). O altar tinha nos ângulos quatro pontas salientes, chamadas também “chifres”; elas simbolizavam o poder e a força de Deus (Ex 27,2; 37,25). Um criminoso agarrando-se nelas poderia garantir para si o asilo (21,14; 1Rs 1,50) e escapar à vingança de sangue. No templo havia o altar dos holocaustos e o altar do incenso.
No NT o altar perde sua importância, pois Cristo aboliu com seu sangue os sacrifícios cruentos do AT (Hb 9,28). Em seu lugar ganhou importância a mesa, pois a eucaristia celebra a ceia do Senhor (1Cor 11,20).

ALTÍSSIMO
Ver “Deus”.

AMALEC
. É o neto de Esaú e antepassado dos amalecitas. Esta tribo nômade do sul da Palestina tentou impedir a passagem de Israel rumo à Terra Prometida (Ex 17,8-16).


AMÉM
Termo hebraico que significa “certamente”, “verdadeiramente”(cf. Dt 27,15 e nota).

AMON
É um clã que vive na Transjordânia, nas cabeceiras do rio Jaboc, onde está a atual cidade de Amã. Os amonitas tentaram barrar a passagem de Israel à Terra Prometida (Dt 23,5). Desde a época dos juízes se tornaram inimigos do povo eleito (Jz 3,13; 10,6-9) e foram derrotados por Jefté (11,1-12,4), Saul (1Sm 11,1-11) e Davi (2Sm 12,26-31). Segundo uma anedota popular são descendentes de Ben-Ami, nascido de um incesto de uma das filhas de Ló com o pai (Cf. Gn 19,30-38 e nota).

AMOR
O amor a Deus é o primeiro e o maior dos mandamentos (Dt 6,5; Js 22,5; Mc 12,28-30). É a resposta do ser humano à iniciativa de Deus, que nos amou primeiro (Os 9,10; 11,1-4; Jr 2,2-4; 31,3; Is 63,9; Gl 2,20; 1Jo 4,19). O amor imenso de Deus se manifesta na cruz de Cristo (Jo 3,16s; 1Jo 3,1-16; 4,7-19; Rm 5,8; 8,32).
O amor a Deus implica obediência à vontade de Deus (Dt 5,8-10; 10,12-21; Mt 7,21-28; Jo 15,9-11; 1Jo 2,3; 5,3Dt 5,8-10), o desapego ao mundo (Mt 6,24; Rm 8,7-11; Tg 4,4; 1Jo 2,15-17) e o amor a Jesus (Mt 10,37; Jo 14,21-23; 1Cor 16,24; Fl 1,21-23; At 5,41).
O amor ao próximo, junto com o amor a Deus, resume a Lei e os Profetas (Lv 19,16-18; 1Ts 4,9-12; Gl 5,13-15; Rm 13,8-10; Mt 22,35-40; 1Jo 2,7); é o “nó”da perfeição (Cl 3,14) e apaga os pecados (1Pd 4,7-11). O amor aos inimigos foi revelado progressivamente (Dt 15,1-3; Lv 19,33-34; Pr 25,21-22; Rm 12,20; Mt 5,43-48).
O amor ao próximo conhece degraus: a) amar o próximo como a si mesmo (Mt 22,26); b) amar o próximo como a Cristo (Mt 25,31-46); c) amar o próximo como Cristo o ama (Jo 15,9s; 1Jo 3,16-19; 1Pd 1,22-23Jo 15,9s); d) amar o próximo à imagem do amor trinitário (Jo 17,21-23; 1Jo 4,7-16).
O amor fraterno é um sinal de contradição para o mundo (1Jo 3,11-15; Jo 15,18-21); é um sinal de que amamos a Deus (1Jo 2,3-11; 4,19-21; Tg 2,1-3.14-26). Ver “Próximo”.

AMORREUS
Nome de um dos povos pré-israelitas que ocupavam a Palestina e a Transjordânia. Foram derrotados pelos israelitas ao iniciarem a conquista de Canaã, após a saída do Egito (Nm 21,21-35). Na Cisjordânia, Josué derrotou cinco reis amorreus (Js 10,1-14).

ANANIAS
O nome em hebraico significa “o Senhor compadeceu-se”. São conhecidos três personagens do NT com esse nome:
1. o marido de Safira (At 5,1-11);
2. o cristão que acolheu Paulo em Damasco, por ocasião de sua conversão (9,10-17; 22,12-16);
3. o Sumo Sacerdote que mandou esbofetear Paulo frente ao tribunal (23,2-5). Nesta ocasião, Paulo profetizou sua morte violenta; de fato, ele foi assassinado em 66 dC pelos zelotes.

ANÁS
Sumo Sacerdote, nomeado por Quirino, que exerceu o cargo entre 6 e 15 dC (Lc 3,2). É o sogro do Sumo Sacerdote Caifás, com quem presidiu ao interrogatório de Jesus (Jo 18,13-24) e ao de Pedro e João (At 4,6).

ANÁTEMA
Ou “extermínio”(em hebraico herem ), significa uma pessoa, animal ou coisa que alguém subtrai do uso profano, consagrando-a a Deus (Dt 12,12-14; Js 11,11.14). Tal “anátema”não podia ser resgatado, e muitas vezes devia ser destruído (cf. Js 6,17 e 1Sm 15,3; Jz 11,30-31 e nota). Com o tempo, “anátema”indicava apenas objetos oferecidos a Deus (Lv 27,28; Ez 44,27; Mc 7,11; Lc 21,5). Neste sentido Paulo diz que desejava ser “anátema”de Cristo em favor dos judeus (cf. Rm 9,2-5 e nota). Mas no NT “anátema”podia significar também exclusão temporária ou definitiva de uma pessoa do culto e da comunidade (Jo 9,22; 1Cor 16,22; Gl 1,8-9; cf. Esd 10,8).

ANCIÃOS
No período tribal de Israel a autoridade era exercida pelos chefes das tribos, em geral os mais velhos. Em princípio, todos os chefes de família gozavam de iguais direitos, mas na realidade eram os poderosos que exerciam a autoridade na tribo. Assim, o termo “ancião”ficou vinculado mais à dignidade do que à idade. Aos anciãos cabia a chefia em tempos de guerra e o poder judicial em tempos de paz.
No período da monarquia perderam sua importância, graças à centralização do poder administrativo e judiciário em Jerusalém. Mas continuavam a organizar a vida cotidiana nas pequenas localidades, função que também exerceram após o exílio (Esd 7,25; 10,8.14). Junto com os sacerdotes e escribas faziam parte do Sinédrio (Mt 27,41; Mc 11,27; 14,43-53). Nas primeiras comunidades cristãs os anciãos governavam as igrejas locais (At 11,30; 14,23; cf. 1Pd 5,1 e nota).

ANJO
Significa “mensageiro”, “enviado”. Neste sentido Deus pode enviar profetas (Is 14,32) ou sacerdotes (Ml 2,7) como seus mensageiros. Em textos anteriores à monarquia, o anjo é às vezes identificado com o próprio Deus (cf. Gn 16,7 e nota; 22,11-18; 31,11-13; Ex 3,2-5; Jz 2,1-4). A preocupação com a transcendência divina (Deus, um ser distante e diferente), leva a falar dos anjos como intermediários (Ex 14; 23,20-23; Nm 22,22-35; Jz 2,1-4; 6,11-24; 13,3-23; Gl 3,18-22Ex 14,19-20). Eles são, portanto, os mediadores da Aliança. À maneira de um monarca oriental, cercado de cortesãos, Deus passa a ser visto como rodeado de anjos (Gn 28,12; Jo 1,51; 1Rs 22,19-23; Is 6,2-6; Jó 1,6-12; Mt 16,27), organizados numa verdadeira hierarquia (Gn 3,24; Is 6,2; Ef 1,21; Cl 1,16; 1Pd 3,22; 1Ts 4,16).
A crença nos anjos se desenvolveu muito após o exílio. Por isso, o NT insiste na superioridade da mediação de Cristo sobre a dos anjos (Hb 1,4-6; 2,5-16; Ef 1,20-23; Cl 1,15-20).

ANO SABÁTICO
Era o último de um período de sete anos. Nele o escravo hebreu tinha direito de recuperar a liberdade (Ex 21,2-6); os campos, vinhas e olivais deviam ficar inexplorados (23,10s). Ver Lv 25,2; Dt 15,1; Jr 34,8 e respectivas notas.

ANTICRISTO
Ou “homem da iniqüidade”(2Ts 2,1-11), é tudo o que se opõe a Cristo, ao Messias. É um personagem que se dedica totalmente ao mal (cf. 1Jo 2,18; 2Jo 7) e que se atribui honras divinas. Em Mateus e Marcos parece ser um personagem coletivo (Mt 24,23s; Mc 13,14-20). É a encarnação das forças políticas e religiosas que se opõem ao reino de Deus inaugurado por Cristo (Ap 13,1-18). Cristo, iniciando o combate escatológico contra o mal, já se encontrou com o anticristo, “o príncipe deste mundo”(Jo 12,31-32; 14,30; 16,11), a quem aniquilará no fim dos tempos (2Ts 2,8; 1,7-10). Ver “Parusia”.

ANTIOQUIA
Cidade fundada por Seleuco I, que se tornou um rico centro comercial, foco da cultura helênica e residência dos Selêucidas. Em 64 aC tornou-se capital da província romana da Síria. Ali foi fundada a primeira comunidade cristã mista, composta de judeus e pagãos convertidos. Os membros desta comunidade pela primeira vez foram chamados cristãos. Dela partiram Paulo e Barnabé para as suas viagens missionárias (At 13,1-3; 14,26-28; 15,35-40; 18,22). Na Ásia Menor, na Pisídia, havia outra Antioquia, onde também Paulo e Barnabé fundaram uma comunidade cristã (At 13,14-52).

ANTIPAS
Ou Herodes Antipas, um dos filhos de Herodes o Grande, que de 4 aC a 39 dC governou a tetrarquia da Galiléia e da Peréia. Nos Evangelhos é chamado simplesmente Herodes (Lc 3,19; 9,9; 13,31-33) e foi denunciado por João Batista por ter tomado a mulher de seu irmão, Herodes Filipe. Instigado por Herodíades, Antipas mandou degolar o Batista (Mt 14,1-12). Ver “Herodes”.

APARIÇÃO
Ver “Teofania”.

APOCALÍPTICA
Ou gênero literário apocalíptico (cf. Introdução ao livro de Daniel). Amplamente difundido no judaísmo do séc. II aC ao II dC. Tal literatura se caracteriza por uma fantasia exuberante e mesmo bizarra. Nela, animais simbolizam pessoas e povos; números têm valor simbólico e a revelação sobre a história futura é feita por meio de visões explicadas por anjos intérpretes, apresentados como homens. Exemplos deste gênero literário já aparecem em Is 24–27; Ez 38–39; Zc 9–14. Mas ele é amplamente usado no livro de Daniel, no Apocalipse e na literatura apócrifa judaica e cristã.

APÓCRIFOS
São escritos judaicos ou cristãos não usados na liturgia e na teologia. Promovem muitas vezes doutrinas estranhas e mesmo heréticas. Para recomendá-las aos leitores são apresentados como pretensas revelações de personagens bíblicos do AT e do NT. Mas não foram inseridos entre os livros canônicos. Há livros apócrifos tanto do AT como do NT. As Igrejas protestantes chamam de apócrifos aqueles livros do AT que os católicos consideram deuterocanônicos. Os que os católicos chamam apócrifos, os protestantes consideram pseudepígrafos. Para o NT adotam a mesma terminologia dos católicos.

APOLO
Cristão de Alexandria que pregou o Evangelho em Éfeso e Corinto, mas no começo conhecia apenas o batismo de João Batista (At 18,24-28; 1Cor 1,12).

APÓSTOLO
Significa “enviado”, “ mensageiro”. Nos evangelhos o termo é reservado aos doze discípulos escolhidos por Jesus (Mc 3,13-19; Lc 6,13-16), para agir em seu nome (Mt 10,5-8.40). Os apóstolos são escolhidos por Deus para pregar o Evangelho (Rm 1,1; 2Cor 5,20), são a base da Igreja (Ef 2,20; Ap 21,14) e constituem o novo Israel de Deus, recordando as doze tribos (Gn 35,23-26; At 7,8; Mt 19,28; Lc 22,30).
Duas são as condições para ser apóstolo: Ter participado na vida pública de Jesus e ser testemunha da ressurreição (At 1,21s; 2,32; Mt 28,19; Jo 20,21). Por isso, contemporâneos de Paulo negavam-lhe a categoria de apóstolo, pois não pertencia aos Doze, nem havia compartilhado da vida pública do Senhor (1Cor 9,1-2; 15,3-9; 2Cor 11,5; 11,13; 12,11-13). Mas Paulo responde que também viu o Ressuscitado, dele recebeu o Evangelho e a investidura no apostolado. Por isso, ele se considera apóstolo de Cristo (1Cor 1,1; 2Cor 1,1; Gl 1,1; Ef 1,1) distinguindo-se dos apóstolos (enviados) das igrejas (Fl 2,25; 4,3; 2Cor 8,23; Rm 16,7), ainda que não pertença aos Doze e não seja testemunha da ressurreição (1Cor 12,28; 15,7-11; Gl 1,15s).
Pedro aparece como o primeiro dos apóstolos (Lc 6,14; 12,41; 8,45; 9,32-33. Ele é a “rocha”e o portador das chaves da casa de Deus (Mt 16,17-18; Jo 1,41-42); é a primeira testemunha da ressurreição (At 1,15-20).

ÁQÜILA
Judeu que se converteu com sua esposa Priscila em Roma, donde foi expulso por decreto de Cláudio, junto com outros judeus. Nesta ocasião Paulo o encontrou em Corinto, trabalhou e hospedou-se em sua casa (At 18,2s). Áqüila e Priscila acompanharam Paulo a Éfeso, onde encontraram Apolo e o instruíram na doutrina do Apóstolo (At 18,18-26). Paulo os tinha em grande estima como cooperadores no apostolado (Rm 16,3-5).

ARCA DA ALIANÇA.
Ou “arca de Deus”(1Sm 3,3), era um cofre de madeira recamado de ouro (Ex 25,1-22), sinal visível da presença do Deus invisível no meio do povo. Aos israelitas não era permitido representar a divindade por meio de imagens ou esculturas. No entanto a fé precisa de suportes sensíveis e a arca preenchia tal necessidade. Tanta era a fé do povo na arca sagrada, que por vezes a levavam ao campo de batalha, persuadidos de que assim Deus mesmo lutaria a seu lado (1Sm 4,2-11). Era chamada “da aliança”ou também “do testemunho”, porque nela estavam guardadas as tábuas da Lei, base da aliança de Deus com Israel. A arca foi colocada no recinto do Santo dos Santos do templo de Jerusalém (1Rs 8,1-9). Perdeu-se com a destruição de Jerusalém em 587 aC (2Rs 25,1-21). Sobre o destino da arca da aliança veja a lenda em 2Mc 2,4-8 (nota). Ver “Imagem”.

AREÓPAGO
Colina de pedra junto à Acrópole de Atenas, onde havia santuários pagãos. Ali se reunia o Supremo Tribunal de Atenas. Paulo, no ano 50 dC, dirigiu um discurso aos membros do Areópago (At 17,19-34).

ARQUELAU.
Etnarca da Judéia, Samaria e Iduméia (4 aC a 6 dC), mencionado em Mt 2,22. Escandalizou os judeus por sua vida particular e pelas nomeações de sumos sacerdotes, que fez. Foi denunciado em Roma e deposto. O seu território passou a ser governado pelos procuradores romanos.

ASCENSÃO
Tradições bíblicas populares falam da ascensão de personagens que voltariam no fim dos tempos (Gn 5,21-24; 2Rs 2,11-13; Jd 14). Ressurreição e Ascensão de Jesus são um e o mesmo mistério (Lc 24,1.13.50-53; Jo 20,17-23; Rm 8,34). Somente At 1,1-11 fala de um intervalo de 40 dias entre a Ressurreição e Ascensão. O binômio descida-subida ilumina o sentido da ascensão (At 2,29-36; Fl 2,6-11; Ef 4,10; 1Pd 3,19-22; Rm 10,5-7); João concentra estes dois aspectos na palavra exaltar (Jo 3,12-15; 8,27-29; 12,31-34). Afirma a divindade de Cristo e tem uma dimensão escatológica (Lc 24,26; At 1,9-11; Ef 1,20; Hb 9,24; 1Pd 3,22; cf. Mt 24,30-31). É garantia da nossa salvação (Jo 14,2s; Rm 8,17.34; Ef 2,5s; 1Pd 1,3-4).

ASERA
Divindade feminina dos fenícios, companheira de Baal, representada por um árvore ou por uma estaca sagrada. Ver “Astarte”.

ÁSIA
Correspondia ao reino dos Selêucidas, que abrangia a Ásia Menor e o Médio Oriente (1Mc 8,6; 11,3; 12,39; 2Mc 3,3; 10,24). Mais tarde a província romana da Ásia, cuja capital era Éfeso, abrangia a Mísia, a Frígia, a Lídia e a Cária, ou seja, a parte oeste da atual Ásia Menor (Rm 16,6; 1Cor 16,19; 2Cor 1,8; 2Tm 1,15). Paulo evangelizou esta região durante a sua terceira viagem (At 18–21). A Primeira Epístola de Pedro é dirigida também aos cristãos da Ásia e o Apocalipse envia cartas às sete principais comunidades da Ásia (Ap 2–3).

ASSEMBLÉIA
Ver “Igreja”.

ASSIDEUS
Ver 1Mc 2,42

ASSÍRIOS
Semitas, descendentes de Assur, um dos filhos de Sem (Gn 10,22). Estabeleceram-se no curso médio do rio Tigre, na Mesopotâmia. Eram um povo guerreiro, que herdou a cultura hurrita e suméria e fundou um grande império no séc. VII aC, destruído pelos medos e babilônios em 605 aC. Foram eles que destruíram o reino de Israel (722 aC) e exilaram sua população (2Rs 17).

ASTARTE
Deusa semítica da vegetação e da fertilidade, associada a Baal. Era cultuada em toda a Ásia Menor, especialmente na Fenícia (1Rs 11,5.33; 2Rs 23,13). Seu culto também foi muito apreciado pelos israelitas, arrastando-os à idolatria (cf. Jz 2,13 e nota). Ver “Asera”.

AUGUSTO
Nome do primeiro imperador romano, sob o qual nasceu Jesus (Lc 2,1). Significa “abençoado, sublime”. Mais tarde passou a ser o nome comum dos imperadores reinantes, como expressão do sentido religioso da dignidade imperial. Por isso no Apocalipse se diz que o nome da “besta”é blasfemo (13,1; 17,3).

AUTÊNTICO
Ou “genuíno”, diz-se de um escrito que é realmente do autor a quem se atribui, ou de um texto traduzido enquanto é fiel ao original. O fato de um livro da Bíblia ser falsamente atribuído a algum determinado personagem bíblico não lhe tira a autoridade de escrito inspirado e canônico.

AUTORIDADE
Os israelitas conheceram apenas uma única forma de estado nacional : a monarquia. Na Bíblia havia uma corrente hostil à monarquia (1Sm 8,1-22; 10,18-27; Dt 17,14-20; Os 7,3-7; 13,9-11; Ez 34,1-10); e outra favorável (1Sm 9,1-10.16; 11,1-11.15; Sl 2; 20; 21).
Antes da monarquia havia juízes, salvadores das tribos em momentos críticos, chamados por isso “maiores”(Jz 3,9-10.15; 4,7; 8,22-23); ao lado deles havia os “juízes menores”, ou governantes que se encarregavam de administrar a justiça (Jz 10,1-5; 12,8-15). Depois dela, após o exílio, são as autoridades locais, tradicionais (Esd 5,9; 6,7; 7,1-26; Lc 22,66–23,1). Entretanto, Deus é o único e o verdadeiro rei das nações (Ex 15,8; Jz 8,23; 1Rs 22,19; Is 6,5; 41,21; 43,15; 1Cr 17,14). Ele é também o dono de todas as nações (Is 14,21–23,18; 45,1-6; Pr 8,15-16; Eclo 10,1-4).
Os profetas criticam os abusos das autoridades civis e religiosas (Mq 3,1-4; Am 6,1-4; Os 4,1-5.14; 7,1-7; 13,10s; Is 3,1-15; 10,1-4; Ez 34), como Jesus o fará em relação aos escribas e fariseus (Mt 23). Anunciam o reino de Deus (Is 7,14; 9,5-6; 11,1-5; Jr 23,5; Mq 5,1; Zc 9,9-10; cf. Sl 47; 93; 96–99; Dn 10,13.20-21).
Jesus escolhe o caminho do Servo Sofredor e recusa a realeza temporal (Mt 4,8-11; Jo 6,14-15; At 1,6) Sua realeza não é deste mundo (Mt 21,1-9; Lc 17,20-21; Jo 12,12-19.31-32; 18,36-37; Ef 1,9-10.15-23).
Na Igreja, a autoridade está a serviço do próximo (Mc 9,33-35; Mt 23,11-12; Jo 13,12-17; Ef 4,11s).

ÁZIMOS
São pães sem fermento que se comiam na semana da Páscoa. A festa dos Ázimos celebrava-se no princípio da colheita da cevada e do trigo (cf. Ex 12,15-20; Lv 23,5-8 e notas). Ver “Festa”.

Lista de Livros

  • "A Arte da Guerra"
  • "A Imitação de Cristo"
  • "Confissões" - Santo Agostinho
  • "Cura Interior"
  • "Curar um amor ferido"
  • "História de uma alma" - Santa Teresinha
  • "Maria, Mulher de todos os tempos"
  • "O Pequeno Principe"
  • "O Seminarista"
  • "O Valor da Solidão"
  • "Sêneca - A vida feliz"
  • Como a religiao se organiza - tipos e processos
  • Como se elege um Papa - historia dos conclaves
  • Corporeidade e Teologia
  • Futuro da religião na sociedade global
  • Pluralismo Religioso - As religiões no mundo atual